Escrito por: CUT-PR

16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres no Quarta Sindical

Programa semanal de entrevistas da CUT-PR e do BdF-PR tratou da campanha internacional com as secretárias das mulheres da CUT Paraná e FETEC-PR

Reprodução

Uma campanha internacional realizada anualmente foi a pauta da 30ª edição do Quarta Sindical, programa semanal de entrevistas produzido pela CUT Paraná em parceria com o Brasil de Fato Paraná. Os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, que mobilizam militantes em todo o mundo, foram analisados pelas secretárias das mulheres da CUT Paraná, Eunice Miyamoto e da FETEC-PR, Clarice Weisheimer.

“Temos muito ainda que lutar. A violência contra a mulher é um problema mundial e não tem distinção de classe social ou raça. Evidenciamos essa campanha porque tem o objetivo de revelar a dimensão do feminicídio e denunciar as mortes de mulheres por razão de gênero e também chamar a atenção para a ausência de dados confiáveis sobre estes crimes”, apontou Eunice.

Os dados mais recentes sobre feminicídios no Brasil é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A divulgação, com estatísticas de 2018, mostram que naquele 1.2016 mulheres foram assassinadas, um crescimento de 11% em relação a 2017. A Organização Mundial da Saúde coloca o Brasil no quinto lugar do ranking de países que mais matam mulheres no mundo.

As meninas também são alvos constantes de violência. A cada quinze minutos, uma jovem de até 13 anos é estuprada no Brasil, sendo 53,8% de todas vítimas e 76% dos agressores são conhecidos das vítimas. Este foi o caso da menina Rachel Genofre, assassinada e cujo corpo foi encontrado na Rodoferroviária de Curitiba em 3 de novembro de 2008.

A secretária de mulheres da FETEC, Clarice Weisheimer, lembrou do caso e que há uma luta do movimento feminista para dar o nome da Rodoferroviária para a jovem assassinada em Curitiba. “O pedido é que seja dado o nome de Rachel para Rodoferroviária ou ao menos a praça que fica em frente ao local. Alguns políticos disseram que isso vai lembrar o tempo todo o que aconteceu. Mas o objetivo é esse, que se lembre, para que não aconteça novamente, que não se esqueça e mais providências sejam tomadas pelas autoridades na segurança pública e na Justiça como um todo”, enfatizou.

O presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, relembrou o recente caso da ameaça de morte contra a vereadora eleita de Curitiba, Carol Dartora, que recebeu um e-mail criminoso no final da semana passada. “Todos os sindicatos da base da CUT Paraná se colocaram ao lado da vereadora eleita. Isso é resultado de um racismo e de um machismo estrutural, não podemos negar. Temos estes resquícios e precisamos nos livrar disso”, apontou.

Durante o programa foram apresentados mais detalhes da campanha, a situação da violência de gênero no Brasil e no Paraná, como as mulheres são sobrecarregadas pela sociedade, os reflexos da pandemia e muito mais você confere nesta edição do Quarta Sindical no vídeo abaixo.