Escrito por: CUT-PR
Datas históricas de luta da classe trabalhadora foram o tema do programa semana da CUT Paraná e BdF-PR
O Quarta Sindical desta semana teve como pauta central duas datas históricas de luta da classe trabalhadora. O 1º de maio, referência mundial e uma data local, o 29 de abril, quando em 2015, aconteceu o chamado massacre do Centro Cívico. O então governador Beto Richa ordenou o ataque das forças policiais contra funcionários públicos que lutavam pela manutenção do seu sistema de previdência.
Para tratar da pauta, o Quarta Sindical recebeu a secretária-geral da CUT Brasil, Carmen Foro e a secretária de finanças da APP-Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto. Elas analisaram os contextos históricos das datas e a importância de relembrar esses momentos, como forma de manter viva a memória para evitar que situações semelhantes aconteçam. Durante esta edição também foram apresentadas as ações das centrais sindicais neste 1º de maio no plano nacional e estadual.
“Beto Richa terminou a gestão devendo demais e precisava pegar o dinheiro usado para pagar as aposentadorias para saldas estas dívidas. A segunda gestão dele começa marcada por esta violência. Organizamos este mobilização para impedir isso e o estado respondeu com esta ação violenta. Não era confronto. Não tínhamos condição de enfrentamento. Gás, bombas, tiros, bala de borracha no enfrentamento. Mesmo com todos já recuando a artilharia continuou”, recordou Walkiria.
Nesta quinta-feira (29) a APP-Sindicato fará uma concentração em frente à sede da Secretaria Estadual da Educação e seguirá em carreata até o centro cívico, onde um ato simbólico acontecerá ao lado da representação de outras categorias do serviço público. “É um ato de memória, mas também de denúncia das agressões que recebemos ao longo destes anos. Mas também com todos os cuidados relacionados à pandemia”, completou.
Carmen Foro, que na época era vice-presidenta da CUT Brasil, estava presente no fatídico 29 de abril. “Nós estávamos abaixados e os tiros passavam por cima de nós. Quando conseguimos sair eu senti uma bomba caindo nas minhas costas. Continuei correndo e ela estourou. Não senti na hora, mas ela rasgou minha blusa e queimou. Só quando cheguei perto do caminhão de som é que vi que estava cheia de sangue. Carrego essa cicatriz até hoje”, lembrou.
1º de maio – Durante o Quarta Sindical também foram apresentadas as estratégias e ações das centrais sindicais no plano nacional e estadual para o 1º de maio de 2021. As entidades apostam na unidade para reforçar a campanha pela vacinação para todos e todas contra a Covid-19, por empregos, em defesa da vida, da democracia e de um auxílio-emergencial digno para a população brasileira.
“Este é o 1o de maio mais trágico de nossas vidas. Esta pandemia já gerou outras pandemias. Estamos chegando a 30 milhões de pessoas passando fome, mais de 100 milhões de pessoas que comem de manhã e não sabem se vão comer à tarde. São 14 milhões de desempregados, além da informalidade. Um 1º de maio com a violência contra as mulheres ampliada. Temos muito pouco a comemorar no que diz respeito aos direitos e necessidades”, exemplificou Carmen Foro.
“Temos mais: a vacina sendo distribuída a conta gotas pela irresponsabilidade do governo. No entanto, precisamos resistir. O 1º de maio trata da vacina para todos, pois sem isso não há retomada da economia. Sem ela nada será possível. Os especialistas falam que ronda o Brasil uma terceira onda. Estaremos com uma tragédia cada vez maior a cada dia. Vamos tratar também da democracia, pois é uma grande dificuldade que vivemos em um País como o nosso, com um governo antidemocrático e fascista. Além da necessidade de recompor o país para gerar emprego”, completou. Ela recordou da programação especial da semana do trabalhador e da trabalhadora da CUT Brasil, com diversas lives envolvendo temas importantes para a classe trabalhadora. A CUT Paraná retransmite a programação diariamente.
O presidente da CUT-PR, Marcio Kieller, que apresenta o Quarta Sindical, falou sobre a programação no Paraná. Segundo ele, no interior já estão sendo construídos atos em cidades como Londrina e Maringá. Na capital, uma carreata solidária terá início às 9h, com duas concentrações em pontos distintos. Dos terminais de ônibus dos bairros Santa Cândida e Pinheirinho, as carreatas sairão com destino ao Centro Cívico, na Praça Nossa Senhora de Salete, onde haverá um posto de coleta de doações de alimentos e materiais de higiene para populações carentes.
“Apostamos na unidade para combater essa tragédia que se abateu no Brasil. Seguimos sem vacinas, sem postos de trabalho, sem auxílio-emergencial e o pior: sem perspectiva. Vamos às ruas, com toda a segurança por conta da pandemia, para exigir providências do poder público. Estão todos e todas convidadas a somar nesta luta pela vida, pela saúde, por emprego e renda”, enfatizou Kieller.
Confira o Quarta Sindical desta semana na íntegra no vídeo abaixo. Não esqueça, toda quarta-feira, às 11h30, um novo programa com um tema de interesse dos trabalhadores e trabalhadoras. Você confere ao vivo em nosso perfil no Facebook, da CUT Brasil, Brasil de Fato Paraná e perfis e páginas parcerias que retransmitem o programa.