Escrito por: CUT Paraná
Atividade foi realizada em Curitiba neste domingo (24)
Neste domingo (24) a CUT Paraná realizou a 7ª edição da sua Pedalada pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Após a concentração marcada para às 9h e um rápido ato na Praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, os militantes em defesa dos direitos das mulheres saíram em direção ao Parque Barigui, percorrendo diversas vias da região central da capital paranaense.
“A cada duas horas ocorre algum feminicídio no Brasil, a cada 11 minutos uma mulher é estuprada, são 503 mulheres vítimas de agressão a cada hora, cinco espancamentos cada dois minutos. Estes índices nos colocam em posição de necessidade de luta para mudar essa realidade. Estamos vivendo um governo conservador que deseja tirar nossos direitos e a Reforma da Previdência vem com agressividade enorme para nós mulheres, ampliando o período do tempo mínimo para aposentadoria, reduzindo o recurso do BPC para aquelas pessoas que viveram precariedade no trabalho e não conseguiram contribuir com o tempo de mínimo estabelecido”, listou a secretária da Mulher da CUT Paraná, Anacélie Azevedo.
A presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz, recordou a trajetória da pedalada, que teve início em Curitiba e hoje está em diversas cidades do Estado. “Nossa pedalada que começou em Curitiba já foi para Toledo, Guarapuava, Paranavaí, Foz do Iguaçu, Maringá, Paranaguá e Matinhos. Surgiu como uma ideia na secretaria da mulher e nós, sempre com esse debate da violência, estivemos lutando. Situação reforçada pela atual conjuntura, já que infelizmente neste governo não há nenhuma secretaria para as mulheres”, analisou.
A secretária de Mobilização e Movimentos Sociais da CUT Nacional, Janeslei Albuquerque, também criticou a postura do atual chefe do poder executivo. “O Paraná teve, ano passado, 17 mil casos de violência contra as mulheres, fora os casos que não foram registrados. Deveria ser um escândalo, na sociedade, mas não é. O presidente, se é que podemos chama-lo assim, diz que quando vai tomar uma decisão ouve todos os ministros, até a ministra Damares. Essa fala contém em si uma autorização para o desrespeito, para o menosprezo que as pessoas não param para pensar o que significa isso. É uma violência”
Homenagem - Esta edição da pedalada também serviu para homenagear a professora Lirani Franco, falecida no dia 26 de fevereiro. A vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Marlei Fernandes, falou sobre a dirigente. “A Lira para nós, foi uma perda muito grande. Temos certeza que as homenagens, como vem ocorrendo ao longo das últimas semanas, doem, mas com a convicção que ela vai continuar essa luta e nós temos dever de continuar essa história. A Lira desde que tornou-se professora era filiada ao sindicato, foi dirigente da CUT, foi dirigente da CNTE que é nossa confederação. Foi muito difícil perder. Mas se ela estivesse aqui e uma de nós tivesse deixado esse plano ela diria que a luta deve continuar, estaria dando força para nós e aqui nessa pedalada. Lirani, presente!”, disse Marlei, logo após uma homenagem à professora na Praça Santos Andrade,
Edson Cruz, companheiro de Lirani Franco, também participou da homenagem e relembrou passagens da vida da professora. “Quem presenciou o compromisso, a energia, a disposição, a vontade de luta, o carinho, a generosidade, a compreensão que ela tinha, pois era uma militante completa. Ela dizia que veio ao mundo por amor, que ela escolheu lutar contra as injustiças e nunca se arrependeu das escolhas que fez. Ela sempre dizia que era bom ser bom e que valia a pena estar do lado da justiça e ter coragem para enfrentar as injustiças. Enfrentou os coronéis na cidade onde nasceu, não teve medo de levar a hora que fosse para estender a mão e acolher alguém. Ela sempre disse: tenham coragem”, finalizou.
Veja mais imagens da pedalada clicando aqui.