Escrito por: CUT-PR
Trabalhadores filiados ao sindicato de Nova Prata do Iguaçu organizaram mutirão para auxiliar companheiro
Diagnosticado com leptospirose na última segunda-feira e internado no dia seguinte , o agricultor familiar Genival Alves Pereira, 43, de Nova Prata do Iguaçu, no sudoeste do Paraná, ficou em uma situação difícil. Ele passou oito dias hospitalizados e neste período sua lavoura para produção de tabaco, que garante o sustento da família, ficou parada. Preocupados com a situação, vizinhos e diretores do sindicato da agricultura familiar da cidade organizaram entre si um mutirão para ajudar o companheiro.
“Convidamos vizinhos, pessoas da direção do sindicato dele e fomos até sua propriedade na quinta-feira (7) e limpamos toda a sua lavoura. A roça ficou preparada e pronta para o trabalho. Foi muito emocionante ver tudo o que aconteceu”, explica o dirigente do sindicato da agricultura familiar de Nova Prata do Iguaçu e da CUT Paraná, Neveraldo Oliboni.
Na propriedade de Genival ele produz alimentos para consumo próprio e usa os 2.5 hectares para plantar tabaco. “Conversei com o orientador da empresa que compra o produto e ele disse que nunca viu nada parecido, com tanta gente se organizando para ajudar o próximo”, lembra Genival, que sofreu com a doença. “Se der bobeira, leva o cara mesmo”, completou.
Ainda segundo ele, foi no hospital que ficou sabendo que a ação seria realizada. “Estava internado ainda e olha, estava bem na hora de ser trabalhado (o espaço para plantação) e eu internado e ainda precisaria de uns 10 ou 15 dias para me recuperar. Se os companheiros não fazem isso ia comprometer uma boa parte da lavoura. É uma coisa muita bonita. Não tinha visto um ato tão bonito assim. É de emocionar. Até meus parentes se emocionaram”, completou.
Questionado se estaria de prontidão quando fosse a sua vez de ajudar, Genival não titubeou. “Mas calcule se não? É um aprendizado na vida da gente que olha, bicho, se eu souber de alguém que esteja precisando sou o primeiro a ir ajudar”, projetou.
Ações solidárias – Este mutirão para auxiliar o agricultor Genival Pereira não é a exceção, pelo contrário. Desde o início da pandemia os sindicatos da agricultura familiar na região realizam uma série de ações de solidariedade. “Esta foi uma ação específica para ajudar um companheiro. Mas desenvolvemos práticas neste sentido também para a sociedade. É preciso a união e a solidariedade da classe trabalhadora para atravessarmos esse momento difícil”, explica Neveraldo Oliboni.
Desde março do ano passado foram realizadas ao menos quatro entregas de alimentos na cidade que resultaram em toneladas de alimentos e produtos de higiene. “A pandemia acabou nos incentivando a ampliar estas ações que sempre desenvolvemos. Todos aguardamos, ansiosamente, o fim da pandemia. Mas certamente continuaremos com ações como estas, pois somente a nossa união poderá nos fortalecer nesse momento. Viva a agricultura familiar”, completou Oliboni.