Escrito por: CUT-PR
Julgamento está marcado para ter início na quarta-feira (4) em Foz do Iguaçu
O réu pelo assassinato de Marcelo Arruda vai a júri popular a partir desta quinta-feira (4). Jorge Guaranho é acusado de matar, a tiros, o ex-dirigente sindical durante a comemoração da festa de aniversário em 2022. Guaranho foi indiciado pelo Ministério Público (MP), por homicídio doloso, duplamente qualificado, por motivo fútil e perigo comum. A pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão.
“Esperamos que todos os fatos sejam avaliados e que a justiça seja feita. Marcelo Arruda era um companheiro de primeira hora e tudo que sonhava era um mundo mais justo e igualitário para todos. Sua vida foi encerrada por um crime brutal e sem sentido. Nós, companheiros, amigos e familiares de Arruda esperamos por justiça e nada mais”, pontua o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.
De acordo com a acusação, Guaranho viu a festa pelas câmeras do espaço onde a comemoração acontecia e invadiu o local aos gritos de “É Bolsonaro”. Na sequência iniciou uma discussão com os convidados e o próprio aniversariante. Tempo depois retornou ao local e, segundo a acusação, disparou os tiros que mataram Marcelo Arruda.
Em entrevista recente ao Portal CUT, o advogado Daniel Godoy, que assiste a família de Marcelo Arruda, falou em crime de ódio. “O assassinato se deu em um contexto de acirramento da violência política no Brasil. Estávamos em julho de 2022 e logo a seguir tivemos a eleição para Presidente da República. Durante todo o seu mandato e até mesmo durante o processo eleitoral Jair Bolsonaro (PL), se valeu de simbolismo, no sentido de instigar seus apoiadores à prática de violência política. Inclusive ,com gestos de arminhas e, na prática, liberando a aquisição de armas pelos CACs [Colecionador, Atirador e Caçador]. Tivemos todo um momento no Brasil em que a violência política foi um mote instigado pelo governo anterior. No caso deste processo ficou demonstrado que ele agiu por isso, por esse ódio político. Inclusive, testemunhas relatam isso”, completou o advogado.
Em vídeo publicado nas mídias sociais, a viúva de Marcelo Arruda, Pamela Silva, fez um desabafo e pediu por justiça. Ela também reforçou que não se trata de uma questão partidária, mas sim de uma questão de uma família que foi destruída.
“Queremos que se resolva isso de uma vez por todas essa angústia, essa agonia. Isso juridicamente, porque o coração nunca mais perderá essa angústia. Por que em um momento de tanta alegria se transformou em uma tragédia?. Por causa de uma decoração de uma festa? Por causa de um balão? O que mais dói é olhar para o bebê (filho de Arruda) e perguntar para ele assim: Pedro, cadê o papai?, O olhar dele fica perdido, ele não sabe quem é o papai. Não é uma questão partidária, é uma questão de família. Marcelo era pai. Essa família é que pede e clama por justiça”, lamentou.