Escrito por: SindiPetro PR/SC
O Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR e SC) alerta todas e todos para o processo de desindustrialização da cidade de Araucária. Esse é um dos principais motivos da greve nacional
Nos últimos anos, com a redução das atividades da Petrobrás na região, uma coisa ficou clara: as oportunidades de trabalho para prestadores de serviços caiu drasticamente. Além disso, neste momento, com a possiblidade de fechamento da Araucária Nitrogenados (Ansa/Fafen-PR) e a privatização da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), a situação fica ainda mais preocupante.
Por isso, nesses 130 anos de Araucária, o Sindipetro PR e SC entende que o cidadão comum da cidade é vítima das políticas de desinvestimentos de um Governo Federal despreocupado com as consequências do fim das operações das unidades da Petrobrás na região.
A Petrobrás é o principal motor econômico do Paraná. Para se ter uma ideia, só de ICMS, o valor pago pela Repar está na casa dos bilhões por ano ao estado. Deste total, parte retorna à Araucária. Por isso, a cidade tem a segunda maior cota de participação repassada pelo governo estadual entre os 399 municípios.
A principal questão, já que o município e o estado lucram com a Petrobrás, é: por que somente os trabalhadores, sejam diretos ou terceirizados, a comunidade de Araucária, o Sindipetro PR e SC, o Sindicato dos Petroquímicos do Paraná (Sindiquímica-PR) e outras entidades sindicais do município e de Curitiba, e alguns vereadores e deputados, estão lutando com todas as forças para que a companhia não saia da região?
Para o Sindipetro PR e SC, é inadmissível que políticos do estado e da região estejam tão calados diante de um colapso econômico muito próximo. Enquanto o povo está sofrendo para comprar um botijão de gás de 13kg ou abastecer um tanque de gasolina numa região em que tudo se produz, não se vê uma postura aguerrida desses representantes.
Não seria esse o momento dos políticos defenderem os interesses do povo? De lutar para que a renda do trabalhador continue injetando dinheiro na economia regional e impulsionando o comércio de Araucária?
É bem provável que, nesses 130 anos, jamais houve tanto silencio diante de um assunto tão importante para Araucária.
Onde eles estão???
Futuro incerto
Imagine uma região de grande expectativa econômica repentinamente ser desindustrializada. Pois é, agora deixe de pensar nessa possibilidade e entenda que esse processo está em andamento em Araucária. Hoje, grande parte da força de trabalho da cidade depende da Petrobrás.
Então como aceitar a destruição desse patrimônio? Araucária depende da estatal para arrecadar impostos, receber royalties e fazer a economia girar. Parece que isso não é suficiente para que o “risco Araucária” preocupe a maioria dos representantes do povo.
Podemos dizer, sem medo, que as duas unidades da Petrobrás na cidade estão prestes a ser destruídas pelo atual Governo Federal e pouco se fala!
Não é só Jair Bolsonaro ou Paulo Guedes, mas também os gestores da companhia e a maioria dos políticos paranaenses que estão dando as costas ao povo da cidade.
Então, comemorar o quê nesses 130 anos de Araucária?
Repar
Se a desindustrialização do município chegar à Repar, que representa sozinha 74% do valor adicionado fiscal (VAF) do polo industrial da cidade, que arrecada 55% de impostos para o município, uma tragédia social pode acontecer.
Imagine toda a estrutura da refinaria virar área de armazenamento e distribuição de derivados de petróleo importado (tancagem)? Isso vai gerar desemprego em massa e queda drástica na receita do município. Hoje, a Repar é a segunda maior arrecadadora do Paraná e gera aproximadamente 3,4 mil empregos (772 diretos e 2,6 mil indiretos).
Fafen
Já para a Fafen-PR o ano começou ainda mais complicado. A Petrobrás anunciou o fechamento da unidade e a demissão dos aproximadamente mil trabalhadores (400 diretos e 600 indiretos). Eles souberam de tudo isso pela imprensa e hoje lutam pela manutenção dos seus empregos.
E agora?
Uma coisa é certa, nestes 130 anos de Araucária, jamais se imaginou um projeto, para uma cidade industrializada, de tamanho retrocesso. E quem vai pagar por tudo isso? Provavelmente o povo da cidade.
Por isso, já está na hora do principal acionista da Petrobrás, o povo brasileiro, cobrar do governo municipal, estadual e federal a defesa da companhia estatal.
Para o Sindipetro PR e SC, que vem lutando permanentemente, inclusive com greve nacional dos petroleiros em defesa dos trabalhadores da Fafen, a população de Araucária não tem motivo para comemorar os 130 anos da cidade.
Na verdade, os trabalhadores deveriam se unir à greve nacional dos petroleiros e somar na luta pela defesa da Petrobrás.