Bancários de Curitiba iniciam debates para a Campanha Nacional 2024

Abertura da Conferência Regional foi realizada na manhã do último sábado, 13 de abril, e programação seguiu durante o dia

Joka Madruga / SEEB Curitiba

A mística e a mesa de abertura da 13ª Conferência Regional dos Bancários de Curitiba e região, primeira etapa de debates para a Campanha Nacional dos Bancários 2024, foram realizadas na manhã do último sábado, 13 de abril, presencialmente no Espaço Cultural e Esportivo do Sindicato.

O acolhimento dos participantes foi feito pelas bancárias Carmen Kramar e Samanta Pereira, ambas empregadas da Caixa, e pelo bancário do Bradesco Jeferson Guedes, que fizeram a declamação da letra da música “Trabalhador”, interpretada por Seu Jorge, em clipe exibido na apresentação, em que os músicos tocavam uniformizados conforme diversas profissões.

A mística teve a intenção de despertar nos participantes o sentimento de classe trabalhadora, para além das questões da categoria bancária, que seriam debatidas posteriormente. Conforme explicou Carmen, de “formação para a transformação, para reflexão constante de quem somos e onde estamos, para saber aonde queremos chegar”.

Mesa de abertura

A abertura da Conferência teve a participação de Antônio Fermino, presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região; Daniele Bittencourt, secretária-geral da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR); Márcio Kieller, presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR); e Elias Jordão, Secretário de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Fermino situou a realização da 13ª Conferência Regional como o pontapé inicial da Campanha Nacional dos Bancários 2024, num momento importante. “Temos uma pauta diversa, em que temos que discutir a manutenção e a ampliação de direitos e temos que discutir o impacto das inovações tecnológicas na categoria”, defende. “A Contraf também propõe discutir o papel do trabalhador na sociedade, em que nossa formação e comunicação com a sociedade seja em defesa da democracia”.

O presidente do Sindicato explicou ainda a dinâmica dos debates que ocorreram sábado, em que seriam iniciados os debates sobre os desafios para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e os Acordos Coletivos específicos por banco (ACTs) e que a delegação de Curitiba e região seria escolhida para enviar à Conferência Estadual para posteriormente ser definida a representação local na Conferência Nacional dos Bancários.

Daniele Bittencourt destacou a presença das mulheres, que traziam seus filhos, num sábado, para construir os direitos coletivos de todos os bancários, para além de suas questões individuais. “É o início de uma batalha, não só de interesses pessoais, mas de defesa do país, em que temos uma jornada a percorrer até o final do ano, quando teremos eleições municipais”, afirmou. A dirigente reforçou, ainda, a importância das divergências serem debatidas.

Joka Madruga / SEEB Curitiba

Márcio Kieller lembrou que o movimento sindical, assim como a população de uma maneira geral, está enfrentando um momento importante na vida política brasileira. “Temos que nos autoafirmar como trabalhadores, pois esse governo está em disputa, temos que dar suporte defendendo nossas pautas e diferenciar o que é sindicato e o que é governo. Se antes não havia diálogo, sem qualquer mesa de negociação com o governo federal, que tinha o objetivo de acabar com o movimento sindical, agora temos diálogo e abertura para negociações que podem se ampliar para a greve, como extensão da diplomacia sindical”, destacou o presidente da CUT, que é trabalhador bancário.

Elias Jordão, que é um dos representantes do Paraná na direção da Contraf, saudou a alegria de reencontrar os presentes na plenária nesse que é um dos momentos mais  importantes para a classe trabalhadora. “A Conferência Regional é o primeiro passo da nossa construção unificada (da campanha salarial dos bancários). Nossa base sempre teve destaque nesse processo, que é nacional, principalmente na mobilização”, afirma. “Nenhuma campanha é igual a outra e estamos numa conjuntura adversa”, exemplifica o dirigente, lembrando que politicamente há a pressão do chamado “Centrão” no Congresso Nacional, o avanço político da extrema direita no Brasil e no mundo, além das mudanças tecnológicas que afetam o emprego bancário.

O presidente do Sindicato retomou a palavra para antecipar alguns pontos que estarão presentes na Consulta Nacional aos bancários, que começa a circular nesta semana, em que os bancários vão opinar em questões da CCT, como a reivindicação do índice de reajuste, e também em questões de formato de realização de assembleias, presenciais ou virtuais. Outro item importante que vai subsidiar as negociações com as instituições financeiras é uma preocupação constante dos bancários, que são as demissões por endividamento, que o movimento sindical irá pleitear uma alternativa durante as negociações com a Fenaban.

Após a mesa de abertura, a Conferência Regional teve continuidade com a leitura e aprovação do regimento interno pelas dirigentes Katlin Salles e Vandira Martins de Oliveira.