Escrito por: CUT-PR

Cenário político e econômico na América Latina

Quarta Sindical recebeuespecialistas que traçaram o presente e o futuro na região

Eleições, golpes de estado, crise sanitária e econômica. Estes são alguns dos pontos que compõem o cenário recente na América Latina. Para falar sobre a situação da região e o que pode reservar o futuro para os trabalhadores latinos, o Quarta Sindical recebeu o secretário geral da Central Sindical das Américas (CSA), Rafael Freire, e o secretário de relações internacionais da CUT Brasil, Antonio Lisboa.

 

Para Freire, o contexto de hoje é fruto de um período de fortes ataques do capital. Segundo ele, dois elementos se fizeram presentes: a guerra híbrida e os ataques à democracia. “ O resultado que temos nesse período é um ataque brutal aos direitos trabalhistas, sociais, políticos de setores importantes da esquerda e a extrema direita vindo com tudo, inclusive com pautas muito reacionárias. O atual estágio do neoliberalismo não convive com a democracia. Mas nenhum dos setores da esquerda, mesmo com os ataques brutais, ficaram de joelhos. O processo de resistência aumentou muito. Revoltas sociais no Chile, vitória do Alberto Fernandes na Argentina, a vitória do Lula no plano judicial, a constituinte no Chile e o Paro Nacional na Colômbia e toda a resistência naquele país são alguns exemplos”, apontou. “A possível vitória do Lula no Brasil muda o xadrez nos últimos anos. Mas o que está em jogo é o que vai ser o mundo pós-pandemia”, completou.

 

“Estou otimista também pelo que vamos entrar em um processo eleitoral, ao meu ver, com a força dessa nova ordem na região, que já passou por vários países e agora estamos na expectativa do segundo turno no Chile. A eleição de Lula no Brasil deve consolidar esse movimento de esquerda, de centro esquerda, na região. Mas passamos no Brasil, por exemplo, por uma série de ataques, desde a retirada de direitos trabalhistas com a nova reforma trabalhista, agora um grupo para estudar uma proposta que seria o fim do movimento sindical no Brasil, ataques às minorias, proposta no Congresso Nacional para que o Brasil deixe de reconhecer a convenção 169, da OIT, que garante os direitos dos povos originários. Estamos de um lado com expectativa muito boa, mas por outro lado até lá precisamos lutar no dia a dia para garantir os direitos consagrados do povo brasileiro”, comentou o secretário de relações internacionais da CUT Brasil, Antonio Lisboa.

 

Neste cenário, a CUT Paraná, a CUT Brasil e a CSA iniciaram as articulações para a realização de um 1o de maio histórico, na tríplice fronteira, reunindo trabalhadores e trabalhadoras de diversos países da região. “Vamos reforçar essa articulação para que este projeto saia do papel. Seria um momento importante para reafirmarmos as lutas em defesa da classe trabalhadora na região em um cenário de crescimento dos movimentos progressistas”, afirmou o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.

 

Na edição desta semana você ainda confere uma análise dos processos eleitorais, os golpes e tentativas de golpe na região, os ataques aos direitos sociais e trabalhistas, a situação de diversos países e o papel do Brasil nesse xadrez. O programa, na íntegra, está disponível no vídeo abaixo e não esqueça: o programa vai ao ar todas as quarta-feiras, às 11h30, em nosso perfil no Facebook e também em todas as páginas parceiras que retransmitem semanalmente o Quarta Sindical.