Escrito por: CNTE
Entidade destaca que Ratinho "desrespeita professores, sindicato e pais, fazendo de seu governo um exemplo de truculência a ser evitado e repudiado"
Em resposta às declarações do governador Ratinho Junior feitas em entrevista para uma emissora de rádio, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) divulgou uma moção de repúdio. Na nota, a entidade condena as declarações do chefe do Executivo paranaense, oportunidade em que “expôs a todos a sua mentalidade atrasada enquanto gestor público”.
“Se se comportasse como um homem público moderno, saberia conviver e respeitar as diferenças. Em especial, saberia do papel civilizatório que qualquer entidade sindical representa junto à esfera pública, particularmente na defesa dos interesses dos/as trabalhadores/as. Tratar divergências políticas como guerra só desnuda a sua própria pequenez política”, diz o texto.
Confira a íntegra da moção.
Em entrevista concedida à rádio Jovem Pan no dia de ontem (27/01), Governador Ratinho Júnior (PSD) se esmera em ser uma das figuras mais repugnantes do cenário público brasileiro. Alçado a governador do Estado do Paraná nas últimas eleições de 2018, nunca deixou de ser aquele homem público, enquanto parlamentar que foi, do baixíssimo clero. Hoje, como governador, nesse triste momento político por qual passa o país, continua a ser uma figura pública deplorável. Aliás, como chefe maior do Estado do Paraná e com os holofotes que o cargo lhe propicia, expôs a todos a sua mentalidade atrasada enquanto gestor público.
Na entrevista à emissora de rádio, o Governador se regozija em dizer, sem pudores, que “ganhou todas as guerras com a APP-Sindicato”, como se travasse uma batalha contra os/as trabalhadores/as em educação de sua rede estadual de ensino. Se se comportasse como um homem público moderno, saberia conviver e respeitar as diferenças. Em especial, saberia do papel civilizatório que qualquer entidade sindical representa junto à esfera pública, particularmente na defesa dos interesses dos/as trabalhadores/as. Tratar divergências políticas como guerra só desnuda a sua própria pequenez política. Ora, senhor Governador, o sindicato mereceria uma avaliação melhor sua se fosse mais dócil com as suas posições?
Se não bastasse mais esse ataque, ele não parou por aí: disse ainda que “o sindicato está em descrédito com a maior parte da população paranaense”, como se o papel do sindicato fosse o de participar de sondagens de opinião junto à população. Alguém tem que lembra-lo que a APP-Sindicato existe para defender os interesses de seus/uas representados/as. Quem precisa estar bem com a opinião pública é o político profissional que vossa senhoria se tornou, à custa até da oferta pública e de qualidade da educação de seus concidadãos. Ao sindicato cabe representar os/as trabalhadores/as em educação que prestam um excelente serviço ao povo do Paraná, e que continuarão a fazê-lo mesmo depois de sua saída do governo.
É claro que a APP-Sindicato iria se insurgir contra o retorno às aulas em um momento de recrudescimento da pandemia do Coronavírus no país. Decisão tomada de forma absolutamente monocrática e tirana porque sequer ouviu os/as trabalhadores/as e a comunidade escolar. Agride ainda os pais e mães com uma política criminosa de militarização das escolas do Estado, fazendo deboche ao afirmar que “os pais não são obrigados a colocar (…)” seus filhos nessas escolas. Os/as educadores/as de todo o Brasil repudiam tamanha truculência de um homem público e se solidarizam com a categoria no Paraná!
Brasília, 28 de janeiro de 2021
Direção Executiva da CNTE