Escrito por: CUT-PR com informações da ALEP

CUT e demais centrais debatem a Tarifa Zero na ALEP

Entidades reforçam a importância da mobilidade da classe trabalhadora

Valdir Amaral/Alep

A CUT e demais centrais sindicais seguem em campanha para garantir a Tarifa Zero. A bola da vez foi uma Audiência Pública realizada nesta segunda-feira (9), na Assembleia Legislativa do Paraná, por proposição do deputado Goura. No final de setembro as centrais realizaram outro debate, desta vez com vereadores de Curitiba, com a mesma temática.

O vice-presidente da CUT Paraná, Nevereldo Oliboni, representou a central e destacou que os benefícios para a classe trabalhadora também serão ampliados para toda a economia onde o sistema for implantando. “O trabalhador, a trabalhadora, já precisa sair mais cedo e voltar mais tarde do trabalho. Mas terá ao menos a satisfação não ter esse custo com o transporte. Esse dinheiro economizado não será investido fora do Brasil, ele fará a economia girar no seu bairro, no mercadinhou ou na farmácia, além da própria geração de emprego que resultará destas medidas”, destacou.

 

Para o proponente da audiência, deputado Goura (PDT), o debate sobre a tarifa zero é cada vez mais urgente. Segundo ele, é necessário discutir os resultados da medida que já foi implementada em vários municípios do estado e do país. “O primeiro desafio é a vontade política dos prefeitos, dos governadores e dos gestores como um todo. É possível nós custearmos toda a operação com uma mudança na lei federal – a lei do vale-transporte –, pensando subsídios dos municípios, do estado e do governo federal para que o custo da operação seja garantido e que os usuários possam usar livremente o transporte. Existe essa discussão acontecendo em Brasília, que estamos chamando de um sistema único da mobilidade, assim como nós temos um sistema único da saúde” , explicou o parlamentar.


“Fundamentalmente, temos de pensar em um sistema de financiamento que seja interfederativo. Não dá para imaginar que só o orçamento da prefeitura de Curitiba ou qualquer cidade metropolitana seria capaz de viabilizar a tarifa zero. Existe hoje uma proposição do sistema único de mobilidade. A exemplo do SUS, seria um sistema interfederativo com recursos federais, estaduais e municipais que pudessem efetivamente viabilizar isso. Também é preciso pensar em instrumentos fiscais e extrafiscais para financiamento”, completou o professor e pesquisador em Planejamento e Políticas Urbanas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), José Ricardo Vargas de Faria.

 

Há pouco um ano e meio, Paranaguá, no Litoral do Estado, deixou de cobrar passagem de ônibus. Grande parte das despesas são arcadas pela prefeitura. Para a secretaria Municipal de Serviços Urbanos, Christianara Folkuenig, a experiência é extremamente exitosa. Com pouco mais de 150 mil habitantes, a cidade observou um crescimento no número de usuários. “Antes da implementação do Tarifa Zero, nós tínhamos 285 mil giros de catraca por mês. Hoje a gente já passa de 750 mil. Então são mais de 10 milhões de giros de catraca em 19 meses de implementação e R$ 40 milhões de economia para os usuários, que deixaram de gastar com a tarifa. São recursos revertidos para o próprio comércio de Paranaguá”, disse.