Escrito por: CUT-PR com informações de Manoel Ramires do BdF-PR
Desde 2020 o reajuste total ultrapassa 40% e é fruto de intensa mobilização dos trabalhadores
Trabalhadoras e trabalhadores do Paraná terão aumento real no salário mínimo regional. A decisão ocorreu após intensa pressão da CUT e demais centrais sindicais no conselho estadual do trabalho, espaço onde o reajuste do piso é debatido entre a representação da classe trabalhadora, sindicatos patronais e Governo do Estado. O anúncio foi no último dia 17 de janeiro na reunião mensal do CET.
O presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, que apesar do ganho real e da intensa pressão da Central, ainda seria possível avançar mais. “É importante salientar que, embora o ganho real seja fundamental, ainda poderíamos ter avançado mais com um pouco de boa vontade das outras bancadas (patronal e Governo do Estado). Contudo, seguimos na política de valorização e vamos estabelecer mecanismos para continuar ampliando a renda da classe trabalhadora no Paraná”, pontuou Kieller.
No Paraná, que é um dos cinco estados do País a ter um mínimo diferenciado, o valor é dividido em quatro grupos distintos. O primeiro deles receberá R$ 1.984,16 e abrange trabalhadores agropecuários, florestais e da pesca, correspondendo ao Grande Grupo 6 da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). O reajuste total foi de 6,85% e 1,99% de ganho real. Já o segundo ponto, que abrange os Grandes Grupos 4,5 e 9 da Classificação Brasileira de Ocupações receberá R$ 2,057,59, com reajuste total de 6,78% e ganho real de 1.91%.
Na sequência o conjunto que engloba os grandes grupos 7 e 8 da Classificação Brasileira de Ocupações. O salário será de R$ 2.113,42 com reajuste 6,71% e 1,85% de ganho real. Por último o grupo 4, que engloba o grande grupo 3 da CBO. Neste caso o salário será de R$ 2.275,36 após o reajuste de 6,71% com ganho real de 1,85%.
O economista do DIEESE, Sandro Silva, esclareceu o histórico das negociações do piso regional. "Desde o governo Beto Richa, os valores do piso regional vem sendo negociado no Conselho Estadual do Trabalho. Com o Ratinho, o governador se apropriou do resultado da negociação, mediando apenas o processo e sem intervenção. Mas em 2022 foi diferente. O governo fez uma proposta, que tem validade por 4 anos (2023 a 2026), que acaba gerando perdas em relação ao salário mínimo nacional, interrompendo uma período de avanços, sendo ruim para os trabalhadores paranaenses”, comparou ao jornal Brasil de Fato.
* Com informações de Manoel Ramires do BdF-PR