Escrito por: CUT Paraná
Atividades reunirá lideranças do movimento negro, feminista e sindical em Curitiba
A CUT Paraná prepara, para o dia 26 de julho, o seminário “Classe, Gênero e Raça”. O evento, que acontecerá a partir das 14h, na Vigília Lula Livre, tem como objetivo ser um espaço de reflexão sobre a condição histórica das mulheres negras no Brasil. O debate é organizado em parceria com a CUT Nacional por intermédio das Secretarias Nacional de Mulheres e Combate ao Racismo.
“Queremos aprofundar o debate sob a ótica das estruturas sociais e práticas que devemos tomar como cidadãos e como entidades de luta e classista e construir ações para o combate ao racismo e a promoção da igualdade”, explica Juliana Mittelbach, dirigente da CUT PR.
O evento, que tem como público alvo central dirigentes cutistas, está aberto para todas e todos. “Reforçamos o convite para que o maior número de pessoas, independente de gênero e etnia, participem do evento para dialogar e debater sobre a questão das mulheres negras em nosso pais, e com isso estarem dispostos a realizar a mudança necessária para que a justiça aconteça”, completa Anacélie Azevedo, Secretaria Da Mulher Trabalhadora da CUT PR.
Juliana explica que julho tornou-se um marco na luta pelos direitos das mulheres negras em virtude do dia 25 de Julho, quando é lembrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e oficializado no Brasil em 2014, este dia como o Dia Nacional de Tereza de Benguela. A atividade compõe o calendário do “Julho das Pretas” do Estado do PR, uma série de atividades organizada pelo movimento de Mulheres Negras.
A “Rainha Tereza”, como ficou conhecida em seu tempo, viveu no século XVIII no Vale do Guaporé, no Mato Grosso e liderou o Quilombo de Quariterê. Sua liderança se destacou com a criação de um Parlamento e de um sistema de defesa militar para proteção do quilombo.
A dirigente da CUT Paraná, Juliana Mittelbach, reforça que é preciso recordar os avanços conquistados com os governos progressistas de Lula e Dilma, que estão sendo destruídos no Brasil pós-golpe. Entre o primeiro trimestre de 2012 e o último de 2014, o rendimento de negros cresceu 8,6%, o de pardos 6,5% e o de brancos 5,6%. Já entre 2015 e o primeiro trimestre deste ano a remuneração de brancos teve variação positiva de 0,8% enquanto de pardos caiu 2,8% e o de pretos 1,6% segundo o IBGE.
“Apesar da distribuição desigual, os rendimentos de negros e negras vinham crescendo mais rápido do que os brancos. Entre 2001 e 2011, o rendimento da população negra aumentou 41,6%, ante aumento de 18,9% na renda dos brancos nesse mesmo período, de acordo com o IPEA. Apesar de caminhar de maneira lenta estávamos na direção correta. Agora estamos regredindo”, aponta Juliana.
Serviço: “Classe, Gênero e Raça”
Data: 26 julho de 2018
Horário: 14h
Local: Vigília Lula Livre, próximo à Polícia Federal, em Curitiba.
Realização: CUT
Apoio: APP Sindicato, SISMUC, FETEC-CUT-PR, Sinteemar, Bancários de Curitiba e DIEESE PR