Escrito por: SindiPetro PR/SC

Do laranja da Petrobrás ao branco da Medicina: a emocionante história dos Obrzut

Jaleco laranja não é apenas uma roupa. É símbolo de amor, memória e luta.

Acervo pessoal

O laranja do jaleco se destacou entre os tons neutros das fotos de formatura. Para quem não conhece a história, pode ter parecido apenas um detalhe de cor. Porém, para Maria Carolina Obrzut, acadêmica do terceiro ano de Medicina na Universidade do Contestado (UNC), em Mafra-SC, aquele jaleco carrega a memória de uma vida inteira. Trata-se do uniforme da Petrobrás que vestiu por décadas o seu pai, José Carlos Obrzut, operador da Usina do Xisto (SIX), em São Mateus do Sul.

José Carlos faleceu em 7 de dezembro de 2015, vítima de um infarto, a apenas seis meses da aposentadoria. Trabalhava na empresa havia cerca de 25 anos. Era engenheiro civil, mas dedicou sua trajetória profissional à Petrobrás, onde se tornou conhecido pela responsabilidade, dedicação e amor à estatal.

“Meu pai sempre foi muito trabalhador, muito inteligente, muito bom. Ele tirava dele para dar aos outros. Nunca tirou um atestado em toda a vida, a não ser uma semana antes de falecer, quando não se sentiu bem”, contou Maria Carolina, emocionada, em entrevista ao Sindipetro PR e SC. “Ele sempre dizia que trabalhava para formar uma filha médica. Esse era o sonho dele, e é por isso que hoje eu me esforço tanto”.

Na época da perda, Maria tinha apenas 10 anos. Hoje, aos 20, ela fala com orgulho da herança que carrega: o valor da luta, da solidariedade e da dedicação ao trabalho que aprendeu com o pai e com a categoria petroleira.

A Petrobrás, segundo ela, foi mais do que o local de trabalho do pai. “Foi uma família pra gente. Quando ele faleceu, a empresa e o sindicato nos acolheram. A gente recebia abraço, palavra de conforto, carinho. Nunca nos faltou nada”, relembra. “Graças à Petrobrás e à pensão da minha mãe, posso estudar Medicina. É o meu pai que paga o meu estudo. A Petrobrás é uma mãe pra mim”, conta.

Maria Carolina fala da empresa com uma reverência que poucos jovens de sua idade demonstram por uma instituição. Em suas palavras, há algo que mistura gratidão e pertencimento: “Ser filha de petroleiro é carregar uma herança de esforço e luta. A Petrobrás forma médicos, engenheiros, arquitetos, administradores. Ela é educação, é saúde, é linda. É uma herança”, reconhece.

Ao lembrar da trajetória de José Carlos, a estudante se emociona. “Meu pai acreditava no valor do trabalho e no que a Petrobrás representa para o país. Ele era um petroleiro de coração, daqueles de antigamente, do uniforme cinza ao laranja. Um petroleiro raiz, que metia a cara, que ia pra greve, que ficava com o sindicato. Ele tinha orgulho de dizer que era petroleiro”, relembra.

Para ela, o amor do pai pela Petrobrás é uma força que atravessa o tempo. “Tudo o que sou hoje é fruto do que ele construiu dentro dessa empresa. Se a minha mãe consegue me sustentar, se eu consigo cursar Medicina, é porque ele lutou e trabalhou lá dentro. Cada passo que eu dou é fruto de um passo que o meu pai deu lá atrás”.

Na formatura, prevista para 2028, Maria Carolina promete uma homenagem especial. “Com toda certeza haverá uma surpresa. Vai ser o momento mais emocionante da cerimônia. É uma homenagem pra ele e pra essa empresa tão importante para o país”.

O jaleco laranja que ela vestiu para as fotos não é apenas uma roupa. É símbolo de amor, memória e luta. É o encontro entre o sonho de um pai e a conquista de uma filha. É a cor da Petrobrás tingindo o futuro de quem aprendeu, desde cedo, que a energia que move o Brasil também é feita de afeto, solidariedade e legado.

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