Escrito por: CUT com informações da APP-Sindicato

Educadores(as) acampam no Centro Cívico

Categoria aguarda resposta sobre edital PSS e quer concurso público

Ascom / APP-Sindicato

Nesta terça-feira (17) educadores e educadoras, acompanhando de povos indígenas de pelo menos três etnias, acamparam no Centro Cívico, em Curitiba, para protestar contra o governo de Ratinho Júnior. Eles cobram a revogação do edital de PSS editado pelo poder executivo estadual e querem realização de concurso público para suprir a demanda na rede pública de ensino. 

“Depois de uma bela caminhada (do parque Barigui até o Centro Cívico) realizada pela categoria, foi tomada a decisão de aguardar em vigília a revogação do Edital 47, que propõem, em plena pandemia, uma prova para os PSS. A CUT soma-se à luta da APP e da categoria e é contrária a realização da prova. Já imaginaram 90 mil pessoas em aglomeração em pleno crescimento de casos? E se podem fazer uma prova, por que não de concurso público?”, questiona o presidente da Central no Paraná, Márcio Kieller. 

O professor PSS da aldeia de Faxinal, no município de Cândido de Abreu, Jorge Kaikang, avalia que o edital 47/2020 não prevê as regras atuais que garantem a preferência na contratação de educadores(as) índios para atuação nas escolas indígenas. Segundo Kaingang, essa decisão coloca em risco a língua, a cultura e as tradições dos seus povos.

 

Desmonte da educação

A secretaria de Educacional da APP-Sindicato, professora Taís Mendes, afirma que a proposta do governo é desmontar toda a rede pública de ensino em busca de números que promovam o governo, ao invés de qualidade ao processo de aprendizagem.

“Esse ataque às escolas indígenas é o mesmo que vem ocorrendo com todas as modalidades de ensino no Paraná desde que o Ratinho e o Feder assumiram, desde o ensino regular, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), até a Educação Profissional e as escolas do campo e de comunidades tradicionais. Eles querem padronizar tudo, acabar com o atendimento das especificidades de cada modalidade ou comunidade. Desse jeito eles conseguem aplicar provas padronizadas e obter os números que eles querem para dizer que a educação melhorou”, explica.

 

Prova só pra concurso

Atualmente mais de 20 mil professores(as) da rede pública estadual trabalham pelo regime previsto no processo seletivo simplificado. Esse tipo de contrato não garante carreira e permite que o profissional seja demitido a qualquer momento.

A legislação prevê essa forma de contratação para “atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”, mas a prática tem sido recorrente desde 2005 e para preencher o déficit de professores(as) provocado pela falta de contratação através de concurso público.

Uma das críticas do Sindicato é de que não se deve aplicar prova para PSS, mas sim na realização de concurso. Outra preocupação é que o governo estima a inscrição de 90 mil candidatos(as) que deverão se deslocar para 32 cidades onde serão realizadas as provas, provocando aglomeração de pessoas em meio a pandemia do novo coronavírus.