Escrito por: SEEB Curitiba

Em frente ao Banco Central, trabalhadores lutam por #JurosBaixosJá

Ato faz parte do Jornada de Lutas contra os Juros Altos que acontece em todo o Brasil

Gibran Mendes

O Sindicato dos Bancários e Financiários de Curitiba e região, a Fetec-CUT-PR, a Central Única dos Trabalhadores (CUT Paraná), demais centrais e sindicatos realizaram, na manhã desta terça-feira, 20 de junho, um ato em frente ao Banco Central (BC) de Curitiba, para exigir a redução da taxa básica de juros (Selic). O objetivo é pressionar Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), a parar de boicotar o Brasil e reduzir a taxa de juros que, nos patamares atuais, tem travado a economia. Definido pelo autoridade monetária, o índice está em 13,75% ao ano, o mais alto do mundo.

 

A manifestação também integra a Jornada de Mobilização Contra a Política Monetária do Banco Central, que começou na última sexta (16), com uma caminhada em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Neste dia 20, atos e mobilizações aconteceram em diversos locais do País. A campanha é permanente e está acontecendo nas redes e nas ruas, até que o BC, comandado por Roberto Campos Neto, pare de boicotar a economia brasileira por meio da Selic elevada.

 

Os juros altos dificultam o crescimento da economia e o desenvolvimento do País, pois tornam mais caro a expansão dos negócios das empresas, além de aumentar as dívidas em todos os setores, incluindo das famílias e do governo, com os gastos com contratos de empréstimos e com cartões de crédito. Além disso, uma taxa de juros no patamar que tem sido praticada no Brasil impede o país de gerar emprego decente, distribuir renda e facilitar o acesso ao crédito.

Representantes dos trabalhadores

"Não podemos e não vamos mais admitir juros neste patamar. Todos, sem exceção, são prejudicados. Mas, evidentemente, a classe trabalhadora é sempre quem mais perde. Mais juros significa menos desenvolvimento e o Brasil hoje tem a maior taxa nominal de juros do mundo", enfatizou o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller. 

“Com esse ato, pretendemos ampliar o debate sobre a taxa de juros para toda a população, pois precisamos que a sociedade entenda que uma Selic de 13,75% só privilegia o capital especulativo, retirando o dinheiro da produção e alocando-o na especulação. Com isso, os beneficiados são somente os banqueiros e os grandes investidores”, explicou Antônio Fermino, presidente do Sindicato. “Com dinheiro aplicado na produção, é possível gerar empregos, receita, impostos e recursos para políticas sociais. É por isso que estamos lutando”, concluiu.

“Baixar os juros é estar comprometido com o povo, com a população periférica e também com as empresas, pois desenvolve todos os setores do País. Apoiar essa proposta do Governo Lula é dar condições para inserir o pobre no orçamento, e isso faz toda a diferença na nossa vida!”, discursou a secretária Geral do Sindicato, Cristiane Zacarias. “Nosso apelo é por comida no prato do povo, é por criança na escola, por professores com emprego decente e salário digno, por trabalhadores com carteira assinada e direitos”, completou.

A presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, participou do ato em São Paulo e convocou a sociedade para a mobilização. “Manter os juros elevados é um boicote ao atual governo. É também um boicote aos empregos. Com juros altos, o comércio não vende. Se não vende, tem desemprego”, afirmou. “A taxa de juros, que é definida pelo BC, tem o poder de gerar emprego ou de causar desemprego. Quando está muito alta, como agora, ela impede a geração de emprego. Porque, com a taxa tão alta, as pessoas não conseguem comprar, não conseguem financiar uma casa, porque vão pagar duas. Elas não vão financiar um carro, porque metade do preço vai ser de juros”, exemplificou.