Escrito por: CUT-PR
Programa desta semana recebeu o presidente da APUFPR, Paulo Vieira Neto e a vice-presidenta da CNTE, Marlei Fernandes
Nesta quarta-feira (18) servidores e servidoras de todo o Brasil vão às ruas contra a Reforma Administrativa proposta por Jair Bolsonaro. A PEC 32, na prática, representará a privatização de parcela dos serviços públicos, retira direitos de trabalhadores e trabalhadoras e também acabará com a estabilidade, mecanismo imprescindível para a continuidade das políticas públicas e pela indecência funcional. Em Curitiba o ato está marcado para às 17h na Praça Santos Andrade, no centro da capital.
Para entender mais sobre os impactos na sociedade, o Quarta Sindical desta semana recebeu o presidente da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR), Paulo Vieira Neto e a vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marlei Fernandes. Ambos analisaram os principais pontos contidos na proposta de emenda constitucional e reafirmaram o compromisso com o serviço público de qualidade.
Segundo Marlei Fernandes, como todas as recentes reformas ocorridas no País, desta vez não será diferente. A classe trabalhadora será a mais afetada.“O Brasil é um país rico para uma parcela muito pequena da população e não para a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras, assim como para os desempregados e desalentados. Neste sentido precisamos dialogar. A PEC 32 vai retirar dos governos a oferta de um bom serviço público. Hoje a maioria da população precisa do serviço público. De qual estou falando? Da escola pública, desde a creche, da escola da educação fundamental, do posto de saúde, dos hospitais, dos médicos, da universidade pública, da assistência social e da segurança. São programas que os ricos podem, mas não utilizam. Mas a maioria do povo brasileiro utiliza. A oferta destes instrumentos públicos, todo esse arcabouço e organização do estado brasileiro, pode desaparecer. Isso é muito grave”, analisou.
O presidente da APUFPR, Paulo Vieira Neto, analisou o fim da estabilidade que está previsto na PEC. Segundo ele, as mudanças atingirão todos, não apenas os novos contratados. “A Reforma Administrativa aponta para avaliação dos servidores cujo conteúdo não está na reforma e será aprovada por um nova lei complementar cujo conteúdo não sabemos qual é. Mas conhecendo o nosso Congresso Nacional podemos imaginar. Não há problema em avaliação, mas queremos ser avaliados corretamente. Essas mudanças afetam todos. Mas para quem vai entrar é ainda pior. Poderá ser contratado funcionário público de forma desprotegida, desprivilegiada e que terá um contato por tempo indeterminado que poderá sofrer intervenções na medida em analisam as contas públicas e poderá ser demitido imediatamente”, comentou. "A Reforma é vaga e coloca em jogo a possibilidade dos servidores realizarem seu trabalho com o máximo de eficiência. Em vez de melhorar, vai piorar", completou. Ele destacou a abertura para indicações políticas para cargos estratégicos em vez da atual modalidade de concursos públicos, o que deve gerar um rodízio de funcionários com trocas de gestões. "Além disso, as avaliações, que não sabemos como serão, poderão tornar-se persecutórias", emendou Paulo Vieira Neto.
Confira mais reflexos da Reforma Trabalhista assistindo, na íntegra, a edição desta semana disponível no vídeo abaixo e não esqueça de anotar na sua agenda: Todas as quarta-feiras, às 11h30, o Quarta Sindical é transmitido ao vivo em FB.com/CUTdoParana e FB.com/BdFPR e nas páginas parceiras que retransmitem o programa.