Escrito por: Gibran Mendes, da CUT-PR
Categoria pressiona deputados para que não aprovem projeto de lei de Ratinho Junior que ataca as carreiras. Votação deve acontecer nesta quarta-feira
Em greve desde segunda-feira (13) professores, professoras, funcionários e funcionárias de escolas da rede pública estadual do Paraná mantém uma vigília em frente ao Palácio Iguaçu, sede do poder executivo estadual e também da Assembleia Legislativa contra mais um ataque do governador Ratinho Júnior (PSD) aos direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras da educação com muita luta.
O objetivo da vigília é pressionar os parlamentares pela não aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 12/21, que propõe a alteração das carreiras dos professores e professoras e deixa estagnados os salários de aposentados e funcionários.
Entre outros retrocessos, o PLC prevê a eliminação das diferenças percentuais entre níveis e classes, o que consequentemente, desmonta toda a carreira existente, que foi conquistada pela categoria.
Além disso, o PLC propõe uma redução considerada brutal no adicional noturno dos educadores e o congelamento do auxílio-transporte; e parcela da categoria ficará sem melhorias nos vencimentos, como é o caso dos aposentados e dos funcionários das escolas.
Tramitação da proposta
Na tarde desta terça-feira (14) foi realizada a votação em 1º turno com a aprovação por 40 votos favoráveis e 11 contrários.
Na tarde desta quarta-feira (15) deve ocorrer a votação da proposta em segundo turno.
Hoje é o dia mais importante, diz APP Sindicato
A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), já esperava esse resultado e ressalta que o embate mais importante aconterá na votação em 2º turno e convoca todos os trabalhadores da rede a se unir a vigília para pressionar os parlamentares.
“Não podemos baixar a guarda”, afirma a presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, ressaltando que “as emendas da base do governo não contemplam a preocupação com o desmonte do plano de carreira”.
"As mentiras do governador continuam em torno desse projeto cheio de 'jabutis'”, alerta o secretário de comunicação da CUT Paraná e presidente do Núcleo Sindical Metronorte da APP-Sindicato, Vandré Silva.
“Além disso”, prossegue o dirigente, “Ratinho Jr. utiliza o dinheiro público para a grande imprensa veicular suas mentiras. Deputados perderam a vergonha e mentem descaradamente”.
“A educação continua resistindo aos ataques desse governo. A história será implacável com a mentira e a verdade prevalecerá", conclui o dirigente.
A oposição apresentou 10 emendas ao projeto. Elas foram construídas em parceria com a APP-Sindicato. Entre elas estão a a manutenção da tabela atual dos professores e professoras e a revogação das alterações no adicional noturno tanto dos educadores quanto dos funcionários e funcionárias das escolas.
Mobilização continua
Desde segunda-feira, quando teve início a greve, a categoria montou uma vigília em frente ao Palácio Iguaçu, na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico, onde permanece.
A partir do local foram organizdas marchas e atos que mantém professores e funcionários de escola em constante mobilização. Esta é a sexta paralisação da APP-Sindicato contra os ataques de Ratinho Júnior contra o serviço público, uma média de duas por ano de gestão.
Confira como votou cada deputado na primeira votação