Escrito por: APP-Sindicato
Revoga o contrato! Terceirização dos cursos técnicos da Unicesumar é alarmante e descaracteriza o processo de educação de qualidade
Estudantes e familiares, professores(as), funcionários(as) de escola, pesquisadores(as), lideranças de entidades, vereadores(as), representantes da Defensoria Pública e deputados(as) participaram nesta manhã de quinta (31), da audiência pública sobre os impactos da terceirização dos cursos profissionalizantes na rede estadual.
A audiência foi convocada pelo deputado Professor Lemos (PT) na esteira das mobilizações de estudantes e comunidades escolares contra a contratação da Unicesumar pelo governo Ratinho Jr para ministrar aulas de cursos técnicos.
No modelo, educadores(as) são substituídos(as) por TVs e alunos(as) passam mais de cinco horas em sala de aula sem a presença de um(a) professor(a). Os atos se espalharam pelo estado, chegando a mais de 15 cidades, após o estopim no CEEP de Cascavel, que conseguiu reverter a terceirização após intenso processo de mobilização.
“Ensino técnico profissional é para sair realmente preparado para o mercado. Essa história da Unicesumar assustou. Minha filha dizia: não entendo a aula e a conexão cai, não entendo nada e nem sei como serei avaliada. Os alunos se negaram a assistir essas aulas. Recuperar o tempo perdido. Uma televisão não vai saber a necessidade da minha filha”, conta Gizele Rocha de Lima, mãe de aluna do CEEP de Cascavel.
Walkiria Mazeto, presidente da APP, destacou que a política integra um projeto maior de terceirização e abertura da educação pública para empresas privadas.
“O que essas empresas querem é o recurso da educação. Temos uma boa fatia do recurso público do Paraná indo para empresas de aplicativos e plataformas, muitas usando os nossos estudantes para um mercado de propagandas e anúncios. A falta de trabalhadores(as) se resolve com concurso público, mas com este Novo Ensino Médio querem substituir professores(as) por televisões”, ressalta Walkiria Mazeto.
Para o deputado Lemos, o governo passou dos limites. “Cada fala hoje nos preocupa ainda mais. Temos a denúncia de que muitos estudantes estão desistindo. É grave! Professor nós temos e o Estado tem que contratá-los para entrar em sala”, sintetizou.