Escrito por: CUT Paraná

Gestor da Regional Matriz zomba no Facebook de servidora que pedia EPI's

Falta de máscaras de proteção em unidades de atendimento da FAS foi minimizada em rede social

SMSUrb/PMPA/Fotos Públicas

Em vez de somar-se na buscar por alternativas para conseguir mais equipamentos de proteção individual para trabalhadores e trabalhadoras na ponta dos serviços de saúde, gestores da administração do Prefeito de Curitiba, Rafael Greca, preferem utilizar as redes sociais para minimizar as críticas. Pior: zombam dos servidores que estão na linha de frente do atendimento de parcelas vulneráveis da população.

 

O fato aconteceu na última semana, quando uma servidora que trabalha em uma das unidades da Casa do Piá, que atende jovens em conflito com a lei. “Fiz esse pedido para a gerência, mas sei que também depende níveis administrativos acima. Algumas estão chegando, mas é difícil. A crítica é no geral contra a FAS, que deveria preparar melhor seus servidores para o atendimento. O risco não é apenas de quem está trabalhando na ponta, mas sim, de toda a população, pois podemos além de ficar doentes, nos tornarmos disseminadores da doença em pessoas vulneráveis”, explica a servidora Alessandra Leite.

 

De acordo com ela, após fazer um desabafo em uma rede social na qual expunha a situação, foi surpreendida por um deboche de um dos gestores da Regional Matriz, da gestão de Rafel Greca. “Será que ela não pode pedir a superior dela, ou ela acha que páginas e grupo de Facebook são formas de se chegar às necessidades de trabalho (sic). Bem típico desta gentinha de sindicato. Até porque casa do piá quatro é bem local de gente que vem do exterior né (sic). Me poupe, existem prioridades”, escreveu Fernando Cogrossi.

 

A postagem, que além de explícito preconceito contra trabalhadores e trabalhadoras envolvidos com entidades de organização da classe trabalhadora, expõem o desconhecimento da doença, como se ela atingisse apenas pessoas que viajam para o exterior. “Eles dizem que é apenas para a população em situação de rua, mas estas unidades de abrigo também são. As pessoas chegam e saem, podendo ser transmissores da doença”, relata Alessandra.

Reprodução / Facebook

Ainda segundo ela, a prioridade da administração municipal está nos atendimentos de rua. “Até porque é vitrine, né? Nestes locais existem equipamentos de proteção individual e sim, são necessários. Mas não são os únicos que precisam deste tipo de material. É preciso atender todas as unidades pois todos podem ser transmissores em potencial do novo coronavírus”, completa.

 

O presidente da CUT Paraná, Márcio Kieller, criticou a postura do gestor e da prefeitura. “Não há nada mais importante no momento que proteger a vida das pessoas. Isso só é feito a partir do isolamento e das medidas de segurança para trabalhadores e quem é atendido. Não fornecer EPI's é um crime, assim como, reduzir a sua importância como fez o gestor da Matriz. Desconhecimento, preconceito e irresponsabilidade em apenas uma ação”, ponderou.