Escrito por: CUT-PR

Julho das pretas: ser mulher negra é um ato de resistência

Confira o vídeo produzido pela CUT Paraná para reforçar a importância desta luta

Gibran Mendes

Anualmente as mulheres negras e feministas unem suas forças para o Julho das Pretas. Trata-se de uma agenda conjunta com o objetivo de fortalecer a ação política coletiva das mulheres negras nos mais diversos segmentos da sociedade. Neste ano, em sua 9ª edição, o Julho das Pretas tem como tema central “Para o Brasil Genocida, Mulheres Negras apontam a solução”. O objetivo é denunciar o genocídio da população negra no Brasil, intensificado com a pandemia de Covid-19. 

A diretora da CUT Paraná e presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos de Almirante Tamandaré (Sinprosmat), Benedita Silva, reforça a importância desta data. “Neste Julho das Pretas, chamamos a atenção do genocídio da população negra no Brasil e que devido ao desgoverno, se evidenciou ainda mais o racismo estrutural no Brasil. No julho das Pretas, nós mulheres negras chamamos a atenção para a misoginia patriarcal e para a naturalização de absurdos racistas e denunciamos a desigualdade e o fascismo de um governo genocida”, destacou.

“Fortalecemos a luta das mulheres negras com esta atividade, todos os anos. As mulheres negras são as maiores vítimas de diversos problemas latentes da sociedade brasileira. Desde os postos de trabalho e remuneração, passando pela violência doméstica até os números de Covid-19. Vamos caminhar ao lado das mulheres negras pelo fim do racismo e do machismo institucionalizado”, completou o secretário de combate ao racismo da CUT Paraná, Luiz Carlos dos Santos, o Luizinho. 

Para a secretária de políticas sociais e direitos humanos da CUT Paraná e mulher negra, Julia Maria Morais, o período é um momento de reflexão e impulsionar a luta das mulheres negras. “Somos 56% de homens e mulheres negras no Brasil. Dia 25 de julho é o Dia Internacional das Mulheres Negras e Caribenhas. Vivemos momentos de ativismo e opressão dando oportunidade de ampliar as nossas estratégias políticas no coletivo. Vamos à luta”, enfatizou. 

O mês de luta também remete ao dia 25 de julho, quando é comemorado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Na mesma data também é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. Tereza foi uma líder do quilombo Quariterê no século XVIII. Ela tornou-se rainha do quilombo e por meio de sua liderança resistiram à escravidão por duas décadas até que o quilombo foi arrasado por forças do Estado a mando de Luiz Pinto de Souza Coutinho, então governador da capitania do Mato Grosso. Os registros históricos apontam que parte da população foi exterminada enquanto outra aprisionada.

Confira o vídeo da CUT Paraná sobre o tema: