Escrito por: CUT-PR com informações da APP-Sindicato
Evento reuniu toda a comunidade escolar na Assembleia Legislativa do Paraná
Na terça-feira (3) trabalhadores e trabalhadoras da educação, estudantes, mães e pais, representantes dos movimentos sociais e autoridades do setor participaram do lançamento dos trabalhos da Conferência Nacional Extraordinária da Educação 2024 (Conae) no Paraná.
A conferência terá o debate dividido a partir de sete eixos. Em cada um deles serão debatidos temas centrais, como problemas, causas, objetivos, metas e diretrizes para a construção do Plano Nacional de Educação 2024-2034. A primeira etapa, que consiste na divulgação dos documentos de referência, teve início no dia 10 de outubro. Até o dia 29 deste mês acontecerão as etapas regionais, sucedidas da etapa estadual que acontecerá nos dias 17 e 18 de novembro. Já a Nacional será entre os dias 28 a 31 de janeiro de 2024.
Para o professor e secretário de comunicação da CUT Paraná e da APP-Sindicato, Daniel Matoso, essa retomada está repleta de significados. “Desde o Golpe de 2016 até a saída do ex-presidente em 2022 não tivemos espaço institucional para realizar esse debate. Nos organizamos no FNPE (Fórum Nacional Popular de Educação) e debatemos na CONAPE(Conferência Nacional Popular de Educação). Então, esse lançamento é muito simbólico pois representa a retomada do espaço democrático de debate daquilo que queremos para a educação para os próximos dez anos”, relata.
Segundo ele, “uma educação que reaproxime os sujeitos hoje marginalizados da educação, como é descaso em relação à Educação Especial e aos alunos, filhos e filhas da classe trabalhadora, que precisam trabalhar para ajudar na renda familiar e muitas vezes se evadem da escola por causa de um Novo Ensino Médio que não dialoga com a sua condição.”
A presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, destacou que o momento representa a volta e a garantia dos espaços governamentais dedicados à participação com direito a voz e voto de todos os segmentos da sociedade que foram silenciados nos últimos anos após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. “Por mais que a gente esteja em um processo de retomada, temos o desafio de colocar a educação em um patamar de qualidade que não seja pautado pela meritocracia, que não seja pautado pelo mercado, mas que seja nos marcos de pensar o ser humano”, pontuou.
“Não há democracia sem uma escola pública forte e democrática, com valorização profissional dos seus trabalhadores, com financiamento e estrutura adequada. Demos vários passos nesta direção durante os governos Lula e Dilma e retrocedemos quase ao limiar do século XIX durante os governos golpistas, que começa com Temer e continua com o inelegível. Agora é hora de fazermos sim um balanço das políicas anteriores e projetar o futuro”, completou a professora e secretária de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT Brasil, Janeslei Albuquerque.