Escrito por: Lia Bianchini e Lucas Botelho / Brasil de Fato PR

Marcha no Dia Internacional das Mulheres reúne centenas no Centro de Curitiba

Mote deste ano foi “Por uma cidade que nos mantenha vivas e um território que nos pertença”

Gibran Mendes

O Centro de Curitiba foi tomado por uma marcha de mulheres, nesta sexta, 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. O ato teve início na praça Santos Andrade, à tarde, e terminou à noite, na Boca Maldita, ao lado da estátua em homenagem à primeira engenheira negra do Brasil, Enedina Alves Marques.

Com o mote “Por uma cidade que nos mantenha vivas e um território que nos pertença”, as mulheres protestaram por espaços seguros e direitos iguais, além do combate às violências, como o feminicídio, lesbocídio e transfeminicídio.

"Nós nos reunimos hoje, mulheres trabalhadoras, do campo e da cidade, LGBTQIA+, de todos os espaços, que ocupam todos os lugares. Lutamos pelo avanço dos nossos direitos, por uma vida digna, plena e que a gente tenha oportunidades iguais e justiça social", disse Juliana Mittelbach, da Rede de Mulheres Negras, Rede Feminista de Saúde e Frente Estadual pela Legalização do Aborto.

Ao longo do trajeto, a marcha teve pausas para atos específicos: em solidariedade às mulheres e crianças palestinas que sobrevivem ao genocídio em Gaza; contra o lesbocídio e o transfeminicídio; e, ao final, ao lado da estátua de Enedina Alves Marques, houve um ato pelo fim das violências racistas e pela valorização das mulheres negras.

"Sim, corpos negros existem, mulheres negras existem e resistem o tempo todo nessa cidade", disse a vereadora Giorgia Prates (PT).

Pela vida das mulheres indígenas

Gibran Mendes

Antes da saída em marcha, ainda na praça Santos Andrade, mulheres indígenas fizeram um ato em defesa do direito de viver plenamente em seus territórios, com sua cultura respeitada. Elas empunhavam cartazes com os nomes de Angélica Kretã e Tainá Kaingang, jovens indígenas que cometeram suicídio recentemente.

"Temos muito a dizer, clamar por políticas públicas dentro dos territórios e não só isso, porque também estamos nas cidades. Precisamos de políticas públicas para os nossos povos, afinal, as casas que estão nas cidades foram construídas em cima das nossas casas indígenas", afirmou Kixirrá Jamamadi.

Palestina Livre

Durante todo o ato, era possível ver bandeiras palestinas, abanadores em formato de melancia e pessoas vestidas com keffiyeh, o lenço palestino.

Filha de palestinos, Rana Ady falou sobre a importância da solidariedade internacional com o povo palestino. "As pessoas não fazem ideia do que está acontecendo no Oriente Médio, na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, e ainda assim querem opinar. É arrasador ver o quanto as pessoas apoiam líderes genocidas sem ter ideia do que eles fazem. Movimentos como este são importantes para representar nosso povo", afirmou.