Escrito por: APP-Sindicato

Na luta! Aposentados(as) e funcionários(as) lotam Alep para marcar o 30 de agosto

Mobilização em Curitiba reuniu educadores(as) de todo o estado com foco na valorização salarial dos(as) aposentados(as) e funcionários(as) de escola

Ascom / APP-Sindicato

Há 35 anos, a história do Paraná era manchada por um ato de covardia e crueldade contra professores(as) e funcionários(as) de escola. A professora aposentada, Lucília de Oliveira Mattos, lembra em detalhes do massacre ocorrido na Praça Nossa Senhora de Salete, em Curitiba, no dia 30 de agosto de 1988.

“O governador era o Álvaro Dias. Era mais ou menos na hora do almoço. Estava todo mundo reunido. Tinha aposentados e professores do Paraná inteiro. De repente soltaram a cavalaria em cima da gente”.

“O que eu vivi no 30 de agosto, jamais vou esquecer, ver meus colegas apanhando de cassetete”, conta a professora aposentada, Marlete Ferreira Sebastião, da região de Assis Chateaubriand. 

“Depois disso eu também já passei por outras situações que não era mais cavalo, era avião soltando bombas”, relata o professor aposentado, Sérgio Chaves, da cidade de Ivaiporã.

Lucília, Marlete e Sérgio são três memórias vivas de um dos episódios mais marcantes da história de luta em defesa da educação pública do Paraná. Nesta quarta-feira (30) eles(as) se reencontraram mais uma vez, agora para denunciar as violências do governo Ratinho Jr.

Durante o período da manhã, aposentados(as), funcionários(as) de escola e estudantes lotaram as galerias da Assembleia Legislativa do Paraná. Com faixas e cartazes, eles(as) protestaram e reivindicaram atendimento das pautas da categoria.

O presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, participou da mobilização

 

Dia de mobilização 

Dos vários pedidos dos(as) educadores(as), a presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, destaca o pleito dos(as) aposentados(as) quanto ao desconto previdenciário e ao reajuste pelo piso do magistério para os(as) que não têm paridade, revisão da carreira dos(as) funcionários(as) de escola (QFEB), concurso público e o fim da imposição pelo uso de plataformas digitais.

Nas escolas, a data também foi de mobilização, com o Dia de Plataforma Zero, um protesto contra as metas e a pressão sobre estudantes e professores(as) quanto a utilização de aplicativos e ferramentas digitais que não têm favorecido a aprendizagem, mas provocado o adoecimento da categoria.

“Hoje é mais um dia que marca a história de luta dos trabalhadores e trabalhadoras da educação aqui no Paraná. Vamos fazer a Secretaria de Estado da Educação sentar e debater conosco a nossa organização pedagógica e curricular das escolas”, enfatiza a dirigente.

Avanços e debates

Ainda na parte da manhã, uma comissão formada por dirigentes da APP e educadores(as) foi recebida pelo líder do governo na Alep, deputado Hussein Bakri (PSD). Também participaram da reunião os(as) deputados(as) Professor Lemos (PT) e Luciana Rafagnin (PT).

Funcionários(as)

Com relação aos(às) funcionários(as), o líder do governo prometeu dar celeridade à tramitação do projeto de lei de revisão da tabela salarial, após a matéria ser enviada pelo Executivo. A proposta segue em debate entre APP e Seed.

Aposentados(as)

Nos itens dos(as) aposentados(as), quanto à extensão do reajuste do piso nacional do magistério aos(às) professores(as) aposentados(as) sem paridade, o líder do governo ligou para o secretário da Educação, que lhe comprometeu-se a encaminhar a demanda junto às secretaria de Fazenda e da Previdência, com o objetivo de busca uma forma de garantir a complementação desse valor.

No pleito da faixa de isenção do desconto previdenciário, a APP reivindica que aposentados(as) não sejam taxados(as), mas como a demanda ainda não é possível, que essas cobranças sejam feitas só no valor que ultrapassar o teto do INSS. Walkiria explica que essa pauta, que um grupo de trabalho será criado na Alep para fazer os estudos e levar essa pauta ao governador.

Plataformas

Sobre as plataformas, diante dessa intensificação dos dos aplicativos, das cobranças e das metas, o líder do governo ficou de convocar o secretário de Educação para debater o tema e buscar uma solução que seja boa para os(as) estudantes e também para os(as) professores(as).

Concurso público

Os inúmeros problemas e reclamações do concurso público em andamento para contratar professores(as) e pedagogos(as), também foi pautado. Uma nova reunião com a Secretária de Administração e Previdência (Seap) deverá ser realizada para tratar do assunto.

Esperança

Para a professora Marlete Ferreira, 30 de agosto de 1988 é uma lembrança sofrida, mas ela não desiste da luta. “Enquanto houver vida, há esperança. Porém a esperança depende também da nossa luta. E nós vamos lutar sempre que necessário for”, afirma, destacando que “quem não luta por seus direitos, não tem direito algum” e se o trabalhador não vem pra luta, “pior ficará,”.