Escrito por: CUT-PR

Não é hora de sacrificar a vida dos profissionais e crianças

Quarta Sindical debateu o retorno às aulas

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Concursos públicos sendo cancelados, denúncias de falta de segurança sanitárias nas escolas, CMEI's fechados antes do início das aulas por conta de surtos de Covid-19, a estrutura ofertada pela Prefeitura de Curitiba e uma média diária superior a mil mortes. Há condições de retorno às aulas com seguranças? Estas e outras perguntas foram respondidas no Quarta Sindical desta semana. A professora, doutora em educação e diretora da CUT Paraná, Diana Abreu e a pedagoga Loide Almeida, do coletivo SISMUC somos nós, participaram do programa e debateram o tema. 

A continuidade do alto número de casos e mortes pela Covid-19 assustam os profissionais. Para a professora Diana Abreu, o receio é de que a cidade sofra com um caos semelhante ao que aconteceu em Manaus, no Amazonas. “ Estamos em um momento de transmissão comunitária plena da Covid-19 em Curitiba. Neste sentido, é o que preocupa ainda mais os gestores que tem alguma responsabilidade, porque se comparamos os resultados das volta às aulas em Manaus, estudo publicados em revistas científicas, dizendo que contribuiu para o caos que aconteceu. Conseguimos verificar isso nos dados epidemiológicos. Aqui em Curitiba, com a condição que temos hoje, é muito pior, muito mais perigosa do que quando voltaram às aulas em Manaus. Precisamos fazer um apelo aos gestores da cidade de Curitiba: façam a revisão imediata deste retorno presencial e que possamos garantir, de outra forma, o processo educativo. Não é hora de sacrificar a vida dos profissionais da educação e dos alunos”, apontou. 

Na capital paranaense, ainda há o agravante da crise hídrica, que leva a falta de água em diversos bairros da cidade, inclusive, nas escolas. Caminhões pipas que foram prometidos ainda não apareceram e a situação preocupa. “Somos nós que temos que lidar com falta de água. A votação da educação como serviço essencial, para que nós voltássemos para a sala de aula, aconteceu com os vereadores nas suas casas. Quem enfrenta o transporte coletivo cheio somos nós. Assim vamos indo no dia a dia. Ontem sobrevivemos, hoje sobrevivemos mas e amanhã? Sobreviveremos?”, questionou a pedagoga Loide Almeida. 

O presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, relembrou o descaso do governo Ratinho Júnior com a participação dos trabalhadores no debate sobre a pandemia. Ele mostrou o diário oficial do dia 24 de agosto de 2020. "Tivemos uma luta que antecede esta data para constituir um comitê especial de proteção dos trabalhadores. Semana retrasada fiz essa cobrança para ele, pois sete meses depois, ele ainda não saiu. Não dá para a posição política do governo ficar atrelada ao mercado e grupos empresariais que o financiam. Que o governador cumpra sua palavra e faça esse comitê funcionar", apontou. 

As condições de trabalho nas escolas municipais e CMEI's, dificuldades enfrentadas pela população, a votação na Câmara de Vereadores que incluiu a educação na lista de serviços que não podem parar, a atuação do Ministério Público e muito mais você confere na íntegra do programa, no vídeo abaixo. Não esqueça, toda quarta-feira, às 11h30, temos um compromisso: um novo programa com um tema de interesse dos trabalhadores e trabalhadoras. Você confere ao vivo em nosso perfil no Facebook, da CUT Brasil, Brasil de Fato Paraná e perfis e páginas parcerias que retransmitem o programa.