Escrito por: CUT-PR

Nota de repúdio à declaração do Governador Ratinho Júnior

CUT Paraná reafirma sua solidariedade à APP-Sindicato, legítima representante dos profissionais da educação no estado

A Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), por meio de seu presidente Márcio Kieller, vem a público repudiar veementemente a declaração do governador Ratinho Júnior (PSD), proferida em vídeo amplamente divulgado nas redes sociais, na qual afirma com orgulho que, em sete anos de governo, “não atendeu o sindicato” que representa os professores e professoras da rede estadual de ensino – e que “vai continuar sem atender”. A declaração foi feita ao lado do deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da bancada ruralista no Congresso Nacional, o que só agrava a natureza autoritária e antissocial do posicionamento do governador.

Ao dizer que “não trabalha para sindicato, trabalha para o povo”, Ratinho Júnior não apenas demonstra profundo desconhecimento sobre o papel constitucional das entidades sindicais, como também ataca frontalmente os trabalhadores e trabalhadoras da educação pública, seus legítimos representantes e, por extensão, o próprio serviço público que jurou defender.

O sindicato não é uma entidade à parte da sociedade. Ao contrário: representa a voz organizada de milhares de educadoras e educadores que dedicam suas vidas à formação das novas gerações. Ignorar, marginalizar ou desrespeitar essas representações é fechar os olhos às necessidades reais da escola pública e daqueles que garantem seu funcionamento todos os dias, mesmo sob salários desvalorizados, estruturas sucateadas e jornadas exaustivas.

A CUT Paraná reafirma sua solidariedade à APP-Sindicato, legítima representante dos profissionais da educação no estado, e denuncia o autoritarismo e a postura antidemocrática de um governo que se recusa ao diálogo como método de construção de políticas públicas. Governar é ouvir, é negociar, é respeitar os sujeitos que fazem a máquina pública funcionar – e isso inclui os sindicatos.

Ao reafirmar que continuará ignorando os representantes dos professores e professoras, o governador Ratinho Júnior declara guerra ao diálogo social e escancara sua opção por uma gestão de costas para o povo trabalhador, especialmente para aquele que atua na base da construção de um Paraná mais justo: a educação.
Seguiremos em luta, nas ruas, nas escolas e onde for necessário, para garantir que os direitos da classe trabalhadora não sejam pisoteados pela arrogância e pela omissão.