Escrito por: CUT-PR
Programa desta semana trouxe Marlei Fernandes e Carlos Melo para falar sobre a importância do funcionalismo
O Quarta Sindical desta semana recebeu a vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e diretora da CUT Paraná, Marlei Fernandes e o presidente em exercício da Fessmuc, Carlos Melo, o Carlão, para falar sobre o funcionalismo. A data do programa coincide com o dia do servidor público. Mas há o que comemorar?
Para Marlei Fernandes a história do serviço público no Brasil se confunde com a história de luta dos trabalhadores e trabalhadoras dentro das entidades sindicais. “Durante muito tempo fomos associações sindicais. Não tínhamos o reconhecimento sindical, muitos trabalhadores faziam suas organizações de forma clandestina. Essa luta é pela melhoria dos serviços públicos para o povo. Lutar por um hospital público, por escola pública de qualidade, para a cidade tenha assistência social, segurança, é a luta conjunta que nós servidoras e servidores fazemos. Não temos esse reconhecimento e esse dia passou a ser de luta”, comentou.
Marlei, que participava de um ato pelo dia do Servidor Público, criticou a proposta de Reforma Administrativa, que segundo ela, é para destruir o que resta de serviços públicos “É preciso entender que os governos tem atacado os direitos, não apenas dos servidores, mas da maioria da população. Para um professor poder trabalhar tranquilo ele precisa de condições e isso tem sido retirado no dia a dia. Tanto o Governo Federal tem se aproveitado deste momento e retirar direitos, vendendo uma ideia que isso é bom para a população”, criticou Marlei que também criticou duramente a intenção de militarizar as escolas.
“Ratinho Júnior prometeu o diálogo durante a campanha não nos recebeu nenhuma vez. Não é por falta de tentativa. Ficamos sabendo as coisas pelas redes sociais, quando chega um projeto de lei na Assembleia Legislativa. Nestes últimos dois dias aprovou o projeto de militarização e faz uma consulta pública mentirosa porque pais e trabalhadores estão sendo assediados. Não há urna. Tem uma lista de nomes na sua frente onde fica uma pessoa do governo olhando para uma merendeira e perguntando se ela votará sim ou não. Isso é um assédio e uma mentira da democracia. Lugar de militar é não é na escola”, completou.
O presidente em exercício da FESSMUC, Carlos Melo, também criticou a Reforma Administrativa e a visão difundida pelo senso comum sobre os servidores públicos. “Os estatutos, que são colchas de retalhos, têm mais deveres do que direitos. É uma inverdade o que a mídia diz que o servidor público não trabalha. Precisou de uma pandemia para mostrar isso. Mas ainda existe mácula daqueles que entraram sem concurso público e por conta de conchavos políticos. A estabilidade do serviço público serve para ele se defender e defender a população”, comentou.
Ele recordou de uma situação que viveu quando trabalhava no setor de ambulâncias em Cambé, na região Norte do Paraná. “Recebi um pedido para levar cãozinho para um hospital veterinário. Prontamente eu me neguei e só não fui mandado embora por conta da estabilidade, ela garante que o servidor não cumpra tarefas absurdas e faça o que é a sua atribuição”, lembrou Melo. Outro ponto rebatido por ele diz respeito à remuneração. “Falam que o servidor público ganha demais. A média do serviço público municipal no Paraná hoje não chega a três salários mínimos. Onde que o servidor público ganha muito?”, questionou.
Estes e outros temas você confere no programa de hoje no vídeo abaixo. Não esqueça de anotar na sua agenda: todas as quarta-feiras, às 11h30, o Quarta Sindical será transmitido ao vivo em FB.com/CUTdoParana e FB.com/BdFPR: