Escrito por: CUT-PR

O que representa a independência do Banco Central? 

Maria Lúcia Fatorelli e Lindebergh Farias avaliam as consequências do projeto no Quarta Sindical

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A quem interessa a autonomia do Banco Central? Quais os reflexos da aprovação do projeto que pretender isolar o órgão dos demais poderes da República? Estas perguntas fundamentais deram o tom do Quarta Sindical desta semana que recebeu a coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lúcia Fatorelli e o ex-senador e atualmente vereador na cidade do Rio de Janeiro, Lindbergh Farias. 

“O Banco Central vai decidir remuneração, prazos e tudo mais como se fosse o próprio emissor dos papéis. Ficará intocável, acima de tudo e de todos, sem a tutela de nenhum poder. Será um supra órgão à parte de toda a organização dos poderes. Vocês, da classe trabalhadora, que assistem o Quarta Sindical, precisam compreender que vocês é quem pagarão a conta por que já estão pagando. Vão entregar o BC para banqueiro com carta branca. Um órgão intocável. A urgência neste momento deveria ser a saúde das pessoas”, criticou a auditoria fiscal, Maria Lúcia Fatorelli. 

O ex-senador e atualmente vereador pelo Rio de Janeiro, Lindebergh Farias, criticou a proposta do ponto de vista da democracia. “Estão passando a boiada toda. É um ataque violento à democracia brasileira. Eles tão querendo dizer que vocês, povo, elegem um presidente da república que deseja fazer mudanças e não vai ter instrumento, não poderá nem indicar o presidente do Banco Central. É um atentado à soberania popular. Trabalhei com esse tema quando era senador, fiz projeto que dava um duplo mandato para o BC. Hoje tem um mandato só que é de combater à inflação. No Brasil tem muita gente ganhando dinheiro com rentismo, aplicando dinheiro em títulos da dívida pública. Nós queríamos que o outro mandato fosse ligado à geração de empregos. O FED norte-americano é assim, trabalha com a curva da inflação e também a do emprego, que impede de elevar muito a taxa de juros, que tem impacto na vida das pessoas”, apontou. 

O presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, que apresenta o programa ao lado da jornalista Ana Caldas, do Brasil de Fato, criticou a pressa com que o projeto está tramitando no Congresso Nacional. “Foi aprovado de forma intempestiva, sem discussão com a sociedade.Em um momento com tanta coisa importante acontecendo, o momento era do Congresso dar atenção para outros temas que têm mais pressa para a sociedade brasileira, como no caso das vacinas, para ficar em apenas um exemplo”, completou. 

Confira o Quarta Sindical desta semana na íntegra no vídeo abaixo. Não esqueça, toda quarta-feira, às 11h30, temos um compromisso: um novo programa com um tema de interesse dos trabalhadores e trabalhadoras. Você confere ao vivo em nosso perfil no Facebook, da CUT Brasil, Brasil de Fato Paraná e perfis e páginas parcerias que retransmitem o programa.