Escrito por: CUT-PR
Quarta Sindical recebeu o coordenador geral da FUP, Deivyd Bacelar e o economista do Dieese, Sandro Silva, para analisarem o tema
O preço dos combustíveis no Brasil não para de subir. Mas de quem é a culpa? Qual o papel da política de Preços Paritários de Importação (PPI) neste acréscimo? Por que produzimos nosso próprio petróleo e pagamos em dólar? Se nossas refinarias são capazes de processar 95% do petróleo de origem nacional, por que privatizá-las? Qual o papel do ICMS no valor dos combustíveis?
Estas e outras questões que estão no dia a dia dos brasileiros e brasileiras foram alvo de análise do coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deividy Bacellar e do economista do Dieese, Sandro Silva. Eles participaram do Quarta Sindical desta semana onde analisaram a atual política de preços da Petrobrás.
Para o coordenador geral da FUP, Deivyd Bacelar, a situação do preço dos combustíveis é muito evidente. “O PPI faz com que os preços dos combustíveis estejam atrelados ao preço do barril no mercado internacional, ao custo de importações, mesmo o Brasil sendo auto suficiente, e também à variação do dólar. Vamos lembrar que a gasolina saiu de R $2,60 no Governo Dilma quando tivemos os grandes protestos R$ 7,00”, comparou.
Segundo ele, a tentativa de Jair Bolsonaro de fazer com que o aumento nos preços seja colado ao valor do ICMS, imposto de base estadual, não passa de uma narrativa para fugir da responsabilidade. “Já falamos, está caro? A culpa é do Bolsonaro. O que faz com que tenhamos esse aumento é a política de preços do Bolsonaro, o PPI e não o ICMS, que está congelado há anos. Se ele não aumenta ao longo dos anos, como vai impactar nos preços? O que resolve o problema é mudar essa política de preços”, garantiu.
Sandro Silva, economista do Dieese, lembrou que o custo de produção do barril é de US $20 e chegou até US $100 durante os governos Lula e Dilma. Mas isso não foi refletido no consumidor brasileiro por conta da política de preços adotada nos governos petistas. Hoje em dia, esse custo internacional de US $20, transforma-se em US $80 para o bolso do brasileiro. “Outro problema é a taxa de câmbio. Além de atrelar o custo ao internacional, mesmo o Brasil sendo praticamente auto suficiente, há também a questão cambial. Quando esse governo assumiu o câmbio era abaixo de 3.90 e hoje temos 5.60. Isso tem muito a ver com a incapacidade do governo que não tem uma política clara para o desenvolvimento econômico e as trapalhadas no enfrentamento à pandemia”, analisou.
Os riscos de desabastecimento de gás de cozinha caso existam privatizações das refinarias, as promessas de Paulo Guedes para os investidores estrangeiros, mais sobre o papel do ICMS, por qual motivo Bolsonaro quer privatizar estruturas das Petrobrás e muito mais você confere na edição desta semana do Quarta Sindical. Veja na íntegra no vídeo abaixo e não esqueça: toda quarta-feira, às 11h30, uma nova edição do Quarta Sindical em nosso perfil no Facebook (www.fb.com/CUTdoParana) e em todas as páginas parceiras que retransmitem, semanalmente, o programa.