Escrito por: CUT-PR
Após quatro rodadas de intensas negociações prevaleceu a unidade das entidades de representação dos trabalhadores e trabalhadoras que lutam pelo aumento real para o piso no estado
O piso regional do Paraná será reajustado a partir de janeiro 2022 com aumento real. A decisão foi tomada na manhã desta quinta-feira (11) durante a reunião do Grupo de Trabalho, formado dentro do Conselho Estadual de Trabalho, com o objetivo de discutir a política de reajuste no Estado. Foram quatro reuniões e muita negociação dos dirigentes dfa CUT, UGT e CTB, com a participação da Força Sindical, Nova Central, CSB e técnicos do Dieese.
O novo mínimo terá como base de cálculo a aplicação do percentual da inflação de 2021 no piso atual, o resultado é dividido por 220 (valor hora) e arredondado para cima. Posteriormente multiplicado por 220, que é a jornada de trabalho mensal dos trabalhadores com jornada semanal de 44 horas. O resultado final serão os valores das 4 faixas do piso regional paranaense.
A partir de uma simulação feita pelo Dieese-PR, com base na estimativa da inflação para o ano de 2021 (9,87%), os valores seriam:
. R$ 1.612,23 para o Grupo I,
. R$ 1.675,08 para o Grupo II,
. R$ 1.733,09 para o Grupo III; e,
. R$ 1.863,61 para o Grupo IV.
Os grupos são baseados nos grupos da CBO (Classificação Brasileira de Ocupações).
Os valores apresentados são frutos de uma estimativa produzida pelo Dieese a partir das estimativas da inflação de novembro e dezembro de 2021, do Boletim Focus do Banco Central. O valor exato só poderá ser anunciado a partir do cálculo final da inflação deste ano. Uma reunião acontecerá no dia 12 de janeiro para fechar o valor resultante da fórmula.
“Essa é uma conquista da classe trabalhadora. Em um momento de crise, como este, a partir da unidade das centrais sindicais, conseguimos garantir um aumento real. Mas também é uma vitória de toda a sociedade. Mais dinheiro no bolso do trabalhador representa mais dinheiro girando na economia”, destacou o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.
Reprodução / DieeseNegociação
No último dia 3 de novembro os trabalhadores apresentaram uma proposta para que o reajuste fosse baseado a partir do cálculo de janeiro de 2022 com reajuste do INPC, deste ano, mais 50% do crescimento do PIB de 2019 "(0,70%). O reajuste "de 2023" levaria em conta o "INPC de 2022 acrescido do" crescimento total "da variação" do PIB deste ano. Os patrões, por sua vez, apresentaram uma contra proposta com reposição de apenas 50% do INPC de 2021.
A partir do impasse, as centrais sindicais bateram o pé na proposta do cálculo que garantirá o aumento real. As negociações dentro do Conselho Estadual do Trabalho ocorrem de forma tripartite. A bancada patronal, do Governo do Estado com o Ipardes e dos trabalhadores, com a representação da CUT, UGT e CTB, com a participação da Força Sindical, Nova Central, CSB e Dieese.
Valorização
Para o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, é preciso retomar a política de valorização do salário mínimo. “Desde o Golpe de 2016 o trabalho deixou de ser valorizado e, consequentemente, a sua remuneração também. Dinheiro no bolso do trabalhador alimenta a economia e já foi comprovado, com sucesso, nos governos populares, que esta política funciona. É por isso que estamos lutando aqui”, analisou.
Os pisos são de R$1.467,40, R$ 1.524,60, R$ 1.524,60 e R$ 1.696,20 para os grupos I, II, II e IV respectivamente, que são divididos a partir dos grupos estabelecidos pela classificação brasileira de ocupações.
“É preciso fortalecer a política do salário mínimo em todos os níveis. Não há como recuperar a economia sem recuperar o consumo e o poder de compra do trabalhador”, completou o economista do Dieese, Sandro Silva.