Escrito por: CUT-PR
João Carneiro, presidente do SECPB e Anderson Teixeira, do Sindimoc, debateram o tema nesta edição do programa semanal da CUT-PR e BdF-PR
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), estatísticas produzidas pelo Ministério da Economia, mostram que o total de desligamentos por morte em Curitiba subiu em patamar superior a 100%. No caso de quatro profissões em específico, faxineiros, cobradores do transporte coletivo, vigilante e porteiros de edifícios, a ampliação superou 500% . Os dados foram compilados e divulgados pelo portal Bem Paraná. Nesta semana, o Quarta Sindical teve como pauta central a situação de categorias que estão mais expostas ao risco de contaminação do novo coronavírus.
O Presidente do Sindicato dos Comerciários de Pato Branco e Região (SECPB), João Carneiro e o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus (Sindimoc), Anderson Teixeira, foram os convidados desta edição. Ambos analisaram as dificuldades que suas categorias enfrentam no cotidiano, superando o medo e a falta de estrutura e segurança sanitária no exercício de suas atividades profissionais.
João Carneiro, presidente do Sindicato dos Comerciários de Pato Branco e Região (SECPB), enfatizou a natureza das atividades profissionais da categoria. “O giro da população no comércio é muito alto. Basta observar que nos dias em que o comércio está fechado o movimento na cidade diminui. O fluxo da população é baseado na abertura do comércio. Pato Branco e região passam por situação muito difícil, que não é diferente do resto do Brasil, dado o descaso do Governo Federal e Estadual e com raras exceções dos municípios. Os interesses econômicos prevalecem. A taxa de ocupação dos leitos de UTI hoje está em mais de 160%. Nos leitos de enfermaria passa de 140% a taxa de ocupação. É uma situação alarmante”, apontou.
O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, destacou a precariedade e o medo dos trabalhadores do transporte coletivo. “Estamos priorizando a questão dos EPIs. Pedimos a redução de 50% dos usuários dentro do transporte coletivo para reduzir o contato, com distanciamento. O grande problema que eu vejo é a necessidade do serviço.Mas precisamos debater o que é essencial e o que é prioritário. Se os trabalhadores são essenciais, não são prioritários para receber a vacina. Estamos com muito medo, de sair de casa ,de ir trabalhar, medo de trazer a doença para um familiar. Perdemos muitos companheiros nesta pandemia. Os dados do Caged mostram isso. Desde o início o trabalhador está exposto. Quando uma pessoa está com Covid, vai procurar o médico de ônibus. Se estiver lotado, vai passar para outros usuários e também para os trabalhadores”, analisou.
Outro problema apontado durante o programa é a ausência de participação dos trabalhadores e trabalhadoras nos espaços de discussão e decisão sobre as ações de combate à pandemia. No Paraná, desde o ano passado, a CUT pressiona o Governo do Estado para que coloque em prática um decreto assinado por Ratinho Júnior no dia 24 de agosto de 2020, após meses de pressão.
“Tivemos apenas uma reunião. Esse é o descaso do secretário (estadual da Saúde), Beto Preto e do governador Ratinho em não ouvir os trabalhadores e trabalhadoras. Ainda é tempo deste comitê funcionar. O Ministério Público do Trabalho e as centrais sindicais fizeram audiências públicas falando sobre a situação do vírus nas categorias e alertando as autoridades para ouvirem a classe trabalhadora e seus representantes. Só dão ouvido para grupos econômicos que os financiam e vão financiar as próximas campanha”, criticou o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.
Confira estes e outros aspectos que envolvem estas categorias na edição desta semana do Quarta Sindical no vídeo abaixo. Toda quarta-feira, às 11h30, um novo programa com um tema de interesse dos trabalhadores e trabalhadoras. Você confere ao vivo em nosso perfil no Facebook, da CUT Brasil, Brasil de Fato Paraná e perfis e páginas parcerias que retransmitem o programa.