Escrito por: CUT-PR
As professoras Janeslei Albuquerque e Walkiria Olegário Mazeto falaram sobre as principais reivindicações da categoria
Nesta semana o Quarta Sindical tratou sobre a mobilização dos profissionais da educação no Paraná. Eles tentam estabelecer uma negociação com o Governo do Paraná para tratar de temas relevantes, tanto para a educação pública, quanto para a categoria. Desde a militarização das escolas com o fim do estudo noturno em determinados colégios, passando pelo pagamento de promoções e progressões. Mas a principal demanda da categoria no momento diz respeito aos chamados PSSs, trabalhadores da educação contratados por processo seletivo. Há sete dias eles fazem greve de fome em frente ao Palácio Iguaçu para protestar e tentar estabelecer uma mesa de negociação.
O Governo do Paraná pretende realizar uma prova que vai envolver milhares de pessoas, com pagamento por parte dos profissionais em meio à pandemia e à crise econômica. “Estão fazendo agora (o processo seletivo) para ver o que vai dar. O professor, quando se inscreve, já tem titulação exigida. No mínimo passou pela licenciatura, que é o curso que habilita a dar aulas, para pontuar tem que ter três especializações. Têm professores super qualificados para este processo. Questionamos o que levou a mudar a forma de seleção anterior. Se eles tinham diagnóstico de que os contratados anteriormente não davam conta, eles falaram que não era isso. A nota do IDEB que está sendo anunciada agora foi feita por estes profissionais”, explica a secretária de finanças da APP-Sindicato, Walkiria Olegário Mazeto.
Walkiria ainda lembrou que são aproximadamente 20 mil professores e professoras e outros 10 mil funcionários e funcionárias de escolas contratados, anualmente, pelo processo seletivo. Mas que ele não é único, pois novas provas são realizadas para suprir demandas específicas ao longo do ano. “No caso dos profissionais da educação básica a SEED tinha expectativa de 90 mil inscritos. O que é o estado montar uma estrutura como essa, com despesa de pelo menos R$ 3,5 milhões, para todas essas pessoas, sem nenhuma necessidade? Poderia manter os mesmos critérios que já selecionaram bons profissionais. Não entendemos o porque desta decisão”, completou.
A secretária de Mobilização e Movimentos Sociais da CUT Brasil, Janeslei Albuquerque, que também é da base da APP-Sindicato, lembrou das semelhanças entre as posição entre as gestões de Jaime Lerner, Beto Richa e Ratinho Júnior e as mobilizações por uma educação pública de qualidade. “Não tínhamos hora-atividade (até 2000), que foi conquistada na greve de 2000 com 10% e em 2004 foi pra 20% e na greve de 2014, que muita gente esquece, 35%. Ali também conquistamos o plano de carreira dos funcionários, concurso público e formação continuada. Isso foi possível também, porque além da nossa luta estadual de 15 anos, passamos a ter uma política nacional de valorização dos funcionários de escolas. As coisas caminham juntos”, afirmou.
“Tivemos um período de muito concurso público entre 2003 e 2010, depois um em 2013 e não tivemos mais. Se temos professores que se aposentam, que falecem, as vagas vão abrindo. Se não há concurso, como estas vagas são preenchidas para o funcionamento das escolas? Com cada vez mais contratados temporários. É o projeto da reforma administrativa que o Rato está implementando. É substituir os efetivos por temporários. A única coisa definitiva e permanente será a precarização para todos.”, completou.
O Quarta Sindical desta semana ainda traz o depoimento do presidnete da APP-Sindicato, Hermes Leão e da secretária de Mobilização e Movimentos Sociais da CUT-PR, Tais Adams, ambos em greve de fome. Confira também os detalhes das reivindicações da categoria, a motivação para fazer a greve de fome, os impactos desta medida drástica na saúde física e mental, o projeto neoliberal e o desmonte da educação e muito mais.
Veja na íntegra no vídeo abaixo e não esqueça, o Quarta Sindival vai ao ar, ao vivo, semanalmente às 11h30.