Categoria cruzou os braços por tempo indeterminado e luta por avanços nas negociações com a Petrobrás
O segundo dia da greve nacional da categoria petroleira, nesta terça-feira (16), foi marcado por intensa mobilização e fortalecimento da organização coletiva nas bases do Paraná e de Santa Catarina. Ao longo do dia, diretores sindicais estiveram com trabalhadores e trabalhadoras para debater diferentes eixos da campanha reivindicatória, esclarecer dúvidas sobre direitos e atualizar informações sobre o andamento do movimento, construído de forma unificada no país.
Na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), o piquete seguiu como espaço central de organização e diálogo. Desde as primeiras horas, reuniões e encaminhamentos reforçaram a disposição da categoria em manter a paralisação por tempo indeterminado. Dinâmica semelhante ocorreu nas demais unidades do PR e de SC, onde o Sindicato manteve presença ativa junto às bases.
Ainda no piquete da Repar, o advogado Sidnei Machado, da assessoria jurídica do Sindipetro PR e SC, esteve presente para orientar os trabalhadores, esclarecer dúvidas e acompanhar de perto a condução do movimento. A atuação da assessoria jurídica reforçou a segurança da categoria quanto à legalidade da greve e aos direitos garantidos durante o período de paralisação.
No fim da tarde, em frente à refinaria ocorreu o primeiro Churrasco de Greve. A atividade integrou o calendário de ações do movimento paredista e reuniu trabalhadores, trabalhadoras e seus familiares em um momento de confraternização, troca de informações e atualização do cenário nacional. Mais do que um encontro simbólico, a iniciativa fortaleceu vínculos, ampliou a coesão e reafirmou que a luta da categoria se constrói de forma coletiva, dentro e fora das unidades.
No plano nacional, o segundo dia do movimento também foi marcado pela adesão de novas unidades. A paralisação já envolve quatro plataformas, dez unidades da Transpetro, quatro termelétricas, duas usinas de biodiesel, campos terrestres da Bahia, a Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB) e a Estação de Compressão de Paulínia, operada pela TBG. A Refinaria Abreu e Lima (Rnest) entrou na greve nesta quarta-feira (17), completando a participação de todas as unidades do refino.
Mesmo diante da ampliação do movimento, a diretoria do Sindipetro PR e SC denunciou a atuação de setores que tentam enfraquecer a greve ao furar a paralisação. Para o presidente do Sindicato, Alexandro Guilherme Jorge, a diferença entre quem luta coletivamente e quem se submete ficará evidente. “Nós temos orgulho de lutar por direitos e pelo coletivo. Vamos poder chegar em casa e dizer: ‘eu estava lá, eu estava na luta’. Não precisei entrar rastejando numa refinaria nem me submeter ao que os gestores impuseram porque vendeu a alma, e vendeu por muito pouco”, afirmou.
A avaliação do Sindicato é de que a greve ganha força a cada dia e consolida a unidade da categoria em todo o país. O movimento segue por tempo indeterminado e só será encerrado quando a direção da Petrobrás apresentar uma nova contraproposta de Acordo Coletivo de Trabalho que atenda aos três eixos centrais das reivindicações da categoria petroleira.