Escrito por: Redação CUT-PR

Servidores do Paraná vão ocupar às ruas no dia 21 para reivindicar reajuste salarial

Categoria cobra reposição da inflação nos salários e fim do desconto previdenciários de aposentados com teto inferior ao do INSS

Gibran Mendes
Servidores Públicos em manifestação no dia 29 de abril deste ano

 

 

Os servidores públicos do Paraná prometem ocupar às ruas de Curitiba na próxima terça-feira (21) para reivindicar reajuste salarial. A categoria vai cobrar do governador Ratinho Júnior (PSD) a reposição da inflação nos salários e o fim do desconto previdenciário para aposentados que recebem menos que o teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que este ano é de R$ 7.087. A concentração está marcada para às 9h na Praça 19 dezembro.

A dívida acumulada pelo governo com os servidores público chega a 36,56%. Os salários da categoria foram reduzidos em mais de um terço por causa da não reposição da inflação.

“No acumulado, a perda é de R$ 21 bilhões, o que na prática representa ao menos 11 remunerações que deixaram ser pagas para cada um dos servidores”, afirma a presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Walkiria Mazeto.

“É como se o servidor tivesse, nos últimos cinco anos, trabalhado um ano inteiro de graça”, completou.

Entre os valores devidos aos servidores públicos do Paraná  estão o residual previsto na Lei nº 18493/2015, que corresponde a 3,39% e a data-base de 2022, que é de 12,13%. O investimento para o pagamento de, pelo menos, estas duas dívidas históricas são de R$ 1,19 bi. “Este valor é plenamente compatível com as finanças do estado e tendo em vista a necessidade de se cumprir o mínimo constitucional”, destacou Walkiria Mazeto.

“Nosso Estado não cumpriu o investimento mínimo de 25% do orçamento em educação básica no ano passado, previsto na Constituição Federal. Além disso, entre 2018 e 2021 o Paraná foi o quarto estado que menos aumentou o percentual de investimentos. Enquanto o Espírito Santo observou um acréscimo de 81,6% o Paraná ampliou 7,9%, ficando a frente apenas do Rio Grande do Sul, Maranhão e Rio de Janeiro”, pontuou a presidenta da APP-Sindicato.

De acordo com ela, caso o Paraná cumpra os 25% de investimento na educação básica neste ano, será possível pagar a data-base devida à categoria.

 Contraste

Enquanto os servidores públicos acumulam perdas salariais, o governo de Ratinho Júnior tem tratado de forma especial o empresariado paranaense.

Em 2020, o Governo do Paraná desonerou a receita estadual em R$ 11 bilhões e, em 2021, em R$ 11,8 bilhões. Já neste ano, a previsão na Lei de Diretrizes Orçamentárias, subiu para R$ 17,4 bilhões. A estimativa da APP-Sindicato é de que R$ 4 bilhões tenham deixado ser destinados à educação pública por conta da política de desoneração do Governador do Paraná.

 Ausência de diálogo

O governo de Ratinho Júnior também está sendo marcado pela total e completa ausência de diálogo com trabalhadores e trabalhadoras. Apesar da insistência da categoria de estabelecer uma mesa de negociações o poder executivo estadual mantem-se insensível aos apelos da categoria.

“Todas as vezes que buscamos estabelecer diálogo com Ratinho Júnior e sua equipe somos ignorados em praticamente todas as pautas. Mesmo durante a pandemia, cobramos insistentemente a formação de um grupo de trabalho com a participação da classe trabalhadora para definir medidas de contenção do vírus e, após muita pressão, conseguimos um decreto de lei. Mas o comitê estabelecido teve somente uma reunião, feito apenas para inglês ver, nunca funcionou efetivamente, ainda mais que pandemia não acabou", disse o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.