Escrito por: CUT Paraná
Proposta de Reforma da Previdência é mais um capítulo nos ataques aos direitos da categoria
Na manhã do último sábado (23) milhares de professores e funcionários de escola da rede pública estadual decidiram, de forma unânime, entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (2). Na terça-feira uma mobilização está marcada e é a resposta da categoria aos ataques do governador Ratinho Júnior, que em seu novo capítulo, apresentou à Assembleia Legislativa uma proposta de Reforma da Previdência.
“Ratinho está seguindo a risca a cartilha de Beto Richa, não à toa foi seu secretário. Esse alinhamento no campo estadual também se mostra efetivo no plano nacional, com uma profunda afinidade com Jair Bolsonaro. O resultado são os ataques aos direitos dos servidores e a resposta não poderia ser diferente: greve”, avalia o presidente da CUT Paraná, Márcio Kieller.
A concentração do ato está marcada para terça-feira (3) às 9h, na Praça 19 de Dezembro, em frente ao Palácio Iguaçu e Assembleia Legislativa. O presidente da APP-Sindicato, Professor Hermes Leão avalia que é necessária a mobilização da categoria. “A nossa assembleia aprovou a greve, superando as dificuldades de calendário. Esta é uma resposta para o governo Ratinho Jr., que não dialoga com a categoria e ainda encaminha uma PEC que acaba com nossas aposentadorias. É uma resposta também aos desmando da Secretaria de Estado da Educação (Seed) e sua desorganização no processo de matrículas do ensino médio noturno, às condições de trabalho, as ameaças de piorar a distribuição de aula e também o ataque aos PSSs”, afirmou.
Deforma – As mudanças apresentadas por Ratinho, sem debate prévio com a categoria, prevê aumento da alíquota de 11% para 14%. Somente com esta alteração o funcionalismo perde 3% de salário, deixando 3% de defasagem contra 2% do reajuste. No final, as categorias perdem 1% de poder de compra. Isso inclui os já aposentados, que pagarão 14% sobre o que passar de dois salários mínimos.
A proposta de Ratinho também estabelece contribuição de 14% sobre valores de aposentadoria que forem maiores que dois salários mínimos. Hoje a contribuição é de 11% sobre o que excede o teto do INSS.
“Nós não tivemos acesso aos cálculos atuais do governo, aos dados. Nós podemos ter alíquotas diferenciadas, progressivas ou até mesmo não precisar fazer essa reforma do jeito que ele está apresentando neste momento. É várias variantes que nós temos condições de ampliar o debate, o problema é que o governo não está dando esta oportunidade”, critica a coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais (FES) e vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Professora Marlei Fernandes.
A APP-Sindicato preparou uma calculadora para que os servidores possam avaliar quais serão suas perdas. Para saber o tamanho do seu prejuízo clique aqui.
Sem respiro – Os servidores públicos do Paraná estão sob constante ataque desde 2015, quando o então governador Beto Richa, enviou uma proposta para Assembleia Legislativa para que o poder executivo pudesse sacar recursos da aposentadoria dos trabalhadores e trabalhadora. Foi este projeto que fez com o que servidores cercassem a Assembleia Legislativa e que acarretou, entre outras situações, a chamada bancada do Camburão. Neste dia deputados entraram em carros blindados no legislativo estadual para votarem. Dias depois o mesmo projeto gerou novos protestos que acabaram com o massacre do dia 29 de abril.
Confira a situação das categorias do serviço público estadual na greve:
:: Assuel - Indicação de greve
:: Adunioeste - Indicação de greve
:: Sesduem - Indicação de greve
:: APP - Indicação de greve
:: Sinteemar - Indicação de greve
:: SindJus – Indicação de Greve
:: Sindsaude – Assembleia no dia 30/11
:: Sinteoeste– Assembleia no dia 27/11
:: Sintespo – Indicação de greve
:: SindSeab – Indicação de greve