Escrito por: Sindesc

Trabalhadores da saúde confrontam Bolsonaro e empresas sobre a crise da COVID-19

Entidades criticam postura no enfrentamento à pandemia

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Entidades dos trabalhadoras e trabalhadores ligados ao setor da saúde divulgaram, neste sexta-feira (27), uma carta enviada à Presidência da República com duras críticas à postura adotada por Jair Bolsonaro e parte do empresariado brasileiro no enfrentamento ao Coronavírus. Ao todo, são 900 sindicatos e mais de 20 milhões de trabalhadores representados pela UNI Global Union. 

 

"Finalmente, esta rede denuncia a Medida Provisória 927, publicado no dia 22 de março. A suspensão dos contratos de trabalho, e a eliminação dos salários, vão piorar a crise de saúde e a crise económica do pais, fazendo quase impossível que as famílias atingidas tenham acesso às necessidades básicas cotidianas durante o período de maior risco. Demandamos o cancelamento imediato da MP 927", diz trecho do documento que ainda enumera uma lista de medias necessárias para o combate à Covid-10. 

 

Confira o documento: 

 

 

Brasil, 27 de março de 2020

Ao
Excelentíssimo Senhor Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO

ASSUNTO: Medidas urgentes necessárias em resposta à crise de saúde causada pela COVID-19

Excelentíssimo Senhor:

A UNI Global Union é uma entidade que representa os trabalhadores da área de serviços em nível mundial. No total são filiados a nossa entidade mais de 20 milhões de trabalhadores e 900 sindicatos. Junto com UNI vários sindicatos brasileiros no setor da saúde formam a Rede Sindical Brasileira UNISaúde. Como rede nacional de entidades compostos pelas trabalhadoras e os trabalhadores que formam a última linha de defesa entre as nossas comunidades e a ameaça da Coronavírus, consideramos que até agora as ações do nosso governo, e das empresas principais de saúde privada no Brasil, são inadequadas para conseguir o objetivo de minimizar a expansão e o impacto dessa crise sem precedente.

Como pessoas dedicadas ao cuidado, estamos vivendo uma situação de risco altíssimo, trabalhando sem o material nem as condições necessárias para proteger a nossa própria saúde.

Enviamos este ofício como aviso, que se o governo e os líderes do setor da saúde não implementarem nas duas semanas seguintes um plano proativo e compreensivo de diagnosticar e tratar aos casos de COVID-19 - e de proteger à saúde dos que estão fazendo esse trabalho - o nosso sistema de saúde, como está agora acontecendo em outros países, está com o potencial de quebrar.

É com essa urgência que demandamos as seguintes medidas serem adotadas de imediato: