Escrito por: SindiPetro PR/SC
Além de não atender reivindicações pautadas pelos petroleiros a empresa atrasou o pagamento de R$ 1 bilhão em royalties para São Mateus do Sul, Paraná e a União
A gestão da Usina do Xisto (SIX) tem dificultado o diálogo com os trabalhadores e desistiu da mesa de negociação marcada para última sexta-feira (16). A Petrobras colocou a unidade à venda e com o objetivo de a tornar mais atrativa para a privatização, vem realizando uma política de reduzir custos à base da diminuição de efetivo, precarização das condições de trabalho e sucateamento de equipamentos.
Os petroleiros cobram explicações sobre a situação dos trabalhadores no período de transição, caso a unidade seja privatizada, além de melhorias na segurança, o fim do sucateamento e das terceirizações irresponsáveis. Outro ponto que levou a retomada da greve é a notícia de que caso não consiga vender a unidade, a Petrobras pode encerrar as atividades da SIX. Sem pagar os devidos royalties para a cidade de São Mateus do Sul, para o Paraná e União, a empresa pressiona o município a perdoar ou renegociar a dívida sob pena de fechamento da unidade. Os cálculos iniciais apontam que a dívida já chega a R$ 1 bilhão.
De acordo com o diretor do SindiPetro PR/SC, vice-presidente da CUT Paraná e presidente da Anapetro, Mário Dal Zot, o argumento utilizado pela empresa é que a dívida estaria inviabilizando qualquer negociação da SIX. Ele entende que ameaça de fechar a unidade se configura em abuso de poder econômico por parte da Petrobras, já que a SIX hoje é responsável por 45% do ICMS e 50% do ISS recolhido no município de São Mateus do Sul. “A Petrobrás tem condições totais de pagar a dívida e fechar essa unidade seria trágico para o município”, afirmou.
O Sindipetro PR e SC ressalta que os dados da empresa, indicam que a SIX tem um lucro de cerca de R$ 200 milhões por ano, além de gerar mais de mil empregos diretos, fora os indiretos. O sindicato também defende a importância econômica da usina para a cidade e região.