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Artigo

Fórum Social Mundial da Palestina Livre: instrumento de fortalecimento do apoio dos povos à causa do povo palestino

Publicado: 11 Dezembro, 2012 - 09h34

 

 

Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul foi protagonista de dias históricos para toda a humanidade, principalmente para o povo palestino, com a realização do Fórum Social Mundial da Palestina Livre que reuniu na democrática capital gaúcha mais de sete mil militantes de mais de 37 países.

Com entidades do movimento sindical, estudantil, social, de gênero, de raça e principalmente políticas. O fórum foi coroado de êxitos, primeiro pela data escolhida 28 de novembro a 01 de dezembro de 2012, que faz referência à luta dos povos pelo reconhecimento do estado Palestino. Depois pelo fato da decisão da ONU coincidir com a realização do evento em Porto Alegre. A ONU realizou no dia 29 de novembro uma histórica sessão, principalmente para o povo palestino e para os países que defendem a autodeterminação dos povos.

Mais de 138 países reconheceram a Palestina como país membro da União das Nações Unidas - ONU, 40 se abstiveram e apenas nove votaram contra, esses capitaneados pelo EUA e Israel. Isto a exatos 65 anos de luta e de sofrimento do povo palestino. Claro que é uma vitória parcial. Mas o fato é que reconheceu. O Reconhecimento não se deu como membro pleno da entidade, como quer o povo palestino e todos àqueles que defendem a democracia e a autodeterminação dos povos. Mas como membro observador, claro que isso é um pequeno passo, que muito ainda terá que ser feito para que se consolide um Estado da Palestina forte autônomo e soberano. Mas isso por si só, já é importante, pois coloca a Palestina no cenário oficial da organização das Nações Unidas.

Seguindo um preceito que já vinha sendo respeitado por diversos países, como o Brasil, de reconhecer o Estado Palestino plenamente, com constituição de embaixada de representação, estabelecendo relações diplomáticas e ações de ajuda múltipla entre os dois países.

Esse reconhecimento chega numa hora em que é preciso discutir a forma truculenta com que se desapropriam os palestinos de seus locais de moradia, de suas casas, de seus locais de vivência. E quase que automaticamente proliferam os bairros de assentamentos israelenses, onde era solo palestino. E o pior é que junto com os assentamentos chega todo o aparato de violência e de segregação do povo palestino, e o mapa da Palestina desenhado em 1947 pela proposta da ONU, que na época não foi reconhecido pela própria entidade desconfigurou-se do que era o desenho inicial.

Muitos Palestinos vieram ao Brasil para participar do fórum. Eles contaram suas experiências, como se organizam, como sobrevivem diariamente aos constrangimentos de ordem física e moral a que são submetidos para poderem sobreviver na região. Nos quatro dias que se estabeleceram as discussões oficiais do Fórum Social Mundial da Palestina Livre, aconteceram discussões interessantíssimas sobre a vida do povo Palestino. Com diversos depoimentos que nos fizeram ter uma dimensão do que vivem os palestinos. Temas sobre a Educação, a Cultura, os Costumes, a Organização Sindical, Politica e Social dos palestinos que tem a vida dificultada pela opressão cotidiana que o Estado de Israel e sua liderança sionista, faz com que sofram os palestinos impedindo-os que possam ter uma vida digna e decente, dificultando a ida das crianças para escola e a possibilidade de ter um desenvolvimento que toda criança merece como direito fundamental a brincar e viver de forma plena o seu desenvolvido. Também dificulta a vida dos homens e mulheres para poderem chegar ao trabalho, pois enfrentam constrangimento de ordem física e moral, passando por detectores de metal, por revistas e muitas vezes dependendo boa vontade dos israelenses para irem ao trabalho. Segundo denuncias, muitas vezes as crianças na escola ficam sem aulas por que os professores, não passaram nas filas pura e simplesmente por que os policiais e militares Israelenses não deixaram. Falaram das dificuldades para irem e voltarem de seus trabalhos, das escolas e das universidades. E pasmem, mesmo com todos os percalços que o povo palestino vive têm hoje, proporcionalmente a evasão escolar é menor do que em muitos países que não vivem em áreas de conflitos. Ou seja, o povo palestino sabe a importância que tem a educação, principalmente para que as futuras gerações saibam, por que da luta cotidiana do seu povo em busca da sua autodeterminação!

O Fórum Social Mundial apresentou diversas formas de resistências que estão sendo organizados no mundo inteiro em favor do Povo Palestino, diversos grupos de ajuda mútua, de combate nas frentes sociais, de boicote de investimentos às empresas que patrocinam o genocídio Sionista. Um dos grupos de discussão abordou a necessidade de boicotar o G4S que é uma transnacional de origem britânica que tem  atividades no mercado de segurança privada de Israel, mas especificamente na administração de penitenciárias sionistas, que mantém presos políticos palestinos. Esse grupo tem braço em diversos países e será um dos grupos que cuidará da segurança da Copa do Mundo da FIFA no Brasil em 2014.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e também a Internacional da Educação (IS), trouxeram para o Fórum Social Mundial da Palestina Livre a secretaria de Educação da Palestina para passar uma visão da organização da educação na palestina e do cotidiano dos trabalhadores da educação daquele país, de que forma eles conseguem sobreviver e educar crianças nas áreas de conflito, quem são os parceiros que ajudam na tarefa da educação na Palestina, por exemplo: entidades da Noruega que patrocinam os livros didáticos para os estudantes palestinos. Outros países que ajudam de outras formas a fazer com que cheguem recursos para que não paralisar a Educação das crianças e dos jovens palestinos.

Outra mesa de discussões de suma importância capitaneada pela CUT juntamente com a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e outras centrais sindicais do Brasil e de outros países do mundo, foi um debate sobre a organização sindical do povo palestino, com estão os sindicatos, como se organizam as frentes palestinas de organização dos trabalhadores, além de discutir as atividades de solidariedade que as centrais desenvolvem em favor da causa palestina e da organização dos trabalhadores pelo mundo. O Evento contou com muitas pessoas e entidades sindicais e apontou a necessidade firme de ações que o movimento sindical internacional precisa realizar no sentido de exigir o fim do genocídio e do apartheid social ao povo palestinos que esta sendo realizado por Israel.

O que esta acontecendo na Palestina é Apartheid Social e ninguém pode negar e a clara demonstração disso é que no desigual confronto militar que acontecem muitos civis morre é infelizmente os números de mortos e feridos incluem muito mais palestinos do que Israelenses. Somados a isso os constrangimentos morais e físicos a que são submetidos crianças, homens mulheres.

A construção desumana de um muro com uma extensão maior que 6700 km de distância e com 8 metros de altura. E o pior, relacionado a isso é que o muro ondula seguindo a sua construção as curvas do Rio, deixando o povo palestino com muitas dificuldades em obter água potável e também para a agricultura fazendo com que os palestinos passem por uma escassez de água e de alimentos para o seu povo, sendo obrigados a pagar alto pela aquisição da água. Essa forma de separação é a forma mais cruel e indignante e que não podemos permitir. Por isso tem que ser denunciada aos quatro cantos do mundo. Para que todos os povos que defendem a paz e o desenvolvimento humano de todos os países. O alerta é para que as centrais se empenhem em campanhas para que acabar de uma vez por todas com o esse apartheid social contra o Estado palestino.

Com certeza teremos ressonância das ações do Fórum Social Mundial da Palestina, ecoando por países dos cinco continentes, onde se fortaleceram as ações contra a degradante situação que vivem os palestinos. Para que cessem as mortes de palestino, para que sessem os massacres militares, que matam e mutilam crianças, homens e mulheres nos enfrentamentos militares desiguais.

Como desdobramentos do Fórum Social Mundial da Palestina Livre, nós da Central Única dos Trabalhadores em todo o Brasil, teremos muito trabalho pela frente, pois não podemos deixar de colocar em nossas agendas e discussões, principalmente nas causas que versem sobre os direitos humanos, a questão da causa palestina e do seu povo, para que possamos dar visibilidade, coloca-las na ordem do dia, quando formos falar para os mais diversos públicos da dura realidade e situação de humilhação que está exposto o povo palestino, excluídos de seu solo, de suas casas, de suas escolas, da sua terra natal. Somente assim estaremos realizando um papel cidadão, solidário e altruísta das boas causas, que são as causas coletivas. Que norteiam nosso caminho rumo a sociedades mais justas, mais fraternas, mais iguais que consideramos serem as sociedades socialistas.

A Central Única dos Trabalhadores encerra o Fórum Social Mundial da Palestina Livre, apesar das dificuldades e das tentativas de desmobilização que foram denunciadas pela coordenação do Fórum, com a sensação de missão cumprida. De ter dado cabo de todos os debates e apontamentos que considerávamos importantes para ajudar a disseminar nosso apoio incondicional a questão do povo palestino.