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A negação da política por meio da sua criminalização é um novo tipo de autoritarismo

Quarta Sindical desta semana recebeu José Genoíno e Delúbio Soares

Publicado: 16 Setembro, 2020 - 13h37 | Última modificação: 16 Setembro, 2020 - 13h49

Escrito por: CUT Paraná

Reprodução
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O Quarta Sindical desta semana recebeu o ex-deputado federal, José Genoíno e o ex-tesoureiro da CUT, Delúbio Soares, para tratarem da atual conjuntura brasileira. Ambos, foram vítimas da chamada LawFare, quando o processo judicial é utilizado contra inimigos políticos e analisaram este cenário e o objetivo da sua construção.

Para Genoíno, o direito penal do inimigo, faz parte de um processo amplo de reestruturação do sistema capitalista. “O poder judiciário assumiu um protagonismo que não é função sua. A negação da política por meio da sua criminalização é um novo tipo de autoritarismo. Ele foi construído a partir de uma nova estratégia dos que defendem o sistema capitalista e neoliberal. Saí a arma e o pau de arara e entram o espetáculo midiático e a releitura da letra da lei”, apontou. 

Segundo ele, esta nova estratégia foi apoiada em três pontos fundamentais. A Justiça Militante com a convicção e o direito penal do inimigo, a aliança com o sistema midiático e o aval do aparato militar. “A Ação Penal 470 foi um laboratório inicial deste protagonismo”, destacou. Ele, que foi torturado durante a ditadura, comparou ambos os sistemas. “A tortura começava no corpo e chegava na alma, agora começa na alma e chega no corpo”, completou. 

Capitão do Mato – O ex-tesoureiro da CUT, Delúbio Soares, destacou que parte do processo que envolveu desde a Ação Penal 470 até a Lava Jato, estava diretamente ligado à tentativa de destruição do Projeto Democrático e Popular que pautou a gestão da coisa pública no Brasil durante as gestões do PT. “Começou a diminuir a miséria, acabou com a fome, criou emprego, fortaleceu a indústria e o desenvolvimento. Aí aconteceu o ataque, não a mim ou ao Genoíno, mas ao projeto. Na época eu não tinha isso claro, mas agora eu tenho. É a luta de classes”, afirmou. 

O primeiro passo para a descontração deste projeto foi o início de uma crise criada a partir de uma falsa denúncia. “Primeiro veio a denúncia falsa do Roberto Jefferson, uma compra de votos que nunca existiu e portanto nunca foi provada. Depois a denúncia de o Globo contra o Lula que depois viraria ação penal para tirá-lo das eleições. Tudo com o objetivo de tirar o Projeto Democrático e Popular ”, enfatizou. Como resultado, as pessoas que iniciaram a parte prática do golpe, acabaram esquecidas. “Joaquim Barbosa em 2012 e 2013, quando nos condenou, era o mais influente na opinião pública. Moro estava em todos os locais, fazendo pirotecnia. Elegeu o Bolsonaro e correu para o colo dele, pois antes estava no colo do Alckmin e do Dória e aí levou um pé na bunda. Precisamos ter claro que as pessoas que fazem o papel do capitão do mato não têm futuro”, completou. 

O presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, que apresenta o programa de entrevistas ao lado da jornalista do BdF-Pr, Ana Caldas, destacou o papel dos grandes conglomerados de informação e o contraponto proposto por alternativas como é o caso do Quarta Sindical. “As poucas famílias que dominavam a comunicação no Brasil, também dominam a internet. Você entra em um grande portal e está tudo lá para prender as informações naquele espaço virtual. O Quarta Sindical é um destes instrumentos que fazem a contraposição ao sistema midiático. Por isso pedimos o fortalecimento destas mídias. Compartilhem o link do Quarta Sindical para que possamos chegar cada vez mais longe”, completou. 

Estes e outros temas como a participação dos EUA nestes processos, a plataforma da classe trabalhadora e as eleições de 2020, mudanças na legislação eleitoral, a polarização no Brasil, Chico Mendes e os problemas ambientais no País, a defesa dos programas sociais, a perda de apoio internacional da Lava Jato, a luta pela construção de uma sociedade igualitária e as revelações da Vaza Jato você confere na íntegra desta edição no vídeo abaixo. Não esqueça de anotar na sua agenda: Todas as quarta-feiras, às 11h30, o Quarta Sindical é transmitido ao vivo em FB.com/CUTdoParana e FB.com/BdFPR.