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Agricultores exigem agilidade e respeito nas agências do INSS do Paraná

Representantes da Fetraf denunciam tratamento agressivo, fila de espera e excesso de indeferimento nas concessões de benefícios 

Publicado: 28 Outubro, 2021 - 09h29 | Última modificação: 28 Outubro, 2021 - 10h52

Escrito por: Gibran Mendes, CUT-PR

Ascom / Fetraf
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Atendimento agressivo e desrespeitoso, fila de espera, excesso de indeferimento nas concessões de benefícios são algumas das denúncias feitas por representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Paraná (Fetraf-PR) contra as perícias feitas nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no estado.

Nesta quarta-feira (27) representantes da Fetraf-PR entregaram um documento, na sede do INSS em Francisco Beltrão pedindo, formalmente, uma audiência com o gerente do órgão em Cascavel, Maycon de Oliveira Veit,  para tratar dos problemas que os trabalhadores e trabalhadoras da região sudoeste do Estado vêm enfrentando na hora de fazer perícias.

"Há um excesso de indeferimento nas concessões de benefícios, completamente diferente do que acontecia em anos anteriores. Além disso, para este ano, apenas a agência de Pato Branco tem vagas disponíveis para perícias em 2021. Francisco Beltrão tem apenas para o ano que vem e outros municípios sequer têm vagas”, explica o diretor da Fetraf e da CUT Paraná, Neveraldo Oliboni.

Segundo o dirigente, outro ponto destacado na região é uma série de denúncias de trabalhadores e trabalhadoras sobre o péssimo atendimento que recebem, inclusive, com doses de agressividade para quem busca perícia. “Nos reunimos com o superintendente com um objetivo determinado: que resolvam a situação. Não é possível falta de vagas, dificuldade para atendimento, uma redução no número de benefícios e ainda este tipo de denúncia”, completou o dirigente.

Ainda segundo Oliboni, trata-se de uma prioridade para a Fetraf, que fará mutirões em diversas regiões do Paraná para avaliar o atendimento do órgão. “Queremos averiguar a situação em todo o Estado a partir deste olhar do sudoeste. Quem busca perícia está precisando, não está brincando. É preciso seriedade e agilidade”, garantiu.

O documento foi entregue por uma comitiva formada por trabalhadores e trabalhadoras da Agricultura Familiar de todo o Paraná que participam de uma atividade de formação, em Francisco Beltrão, no sudoeste do Estado, promovida pela Fetraf. 

Problema afeta agricultores de todo o país

Fila de espera e descaso do INSS atinge agricultores familiares de todo o país. Recentemente o deputado federasl Carlos Veras (PT-PE), denunciou em uma audiência na Câmara dos Deputados, que tem recebido vários relatos, principalmente dos trabalhadores da agricultura familiar, de que o auxílio-doença está demorando três meses para ser analisado, “depois mandam o trabalhador fazer uma perícia presencial que demora mais três meses. Seis meses no total demora para receber um auxílio-doença”, denunciou Veras.

“E muitas vezes”, acrescentou o deputado, “a perícia é agendada para um município que fica a mais de 300 kms de distância”.

“Veja que descaso com o trabalhador e a trabalhadora”, criticou o deputado que  apresentou na Câmara um Projeto de Lei (PL) nº 844/2020, para concessão imediata dos benefícios da previdência para os agricultores e agricultoras  familiares.

“Não tem cabimento segurar esses benefícios para pessoas que precisam. Isso gera desenvolvimento, impulsiona a economia local. Porque o trabalhador recebe e vai para farmárcia comprar remédios ou para o mercado comprar alimentos”, afirmou Veras que já mandou requerimentos de informação para o  Ministério da Economia. Se não tomarem providências, diz o deputado, “vamos apresentar um requerimento de convocação para esclarecer esses fatos”, afirmou.

Leia mais: INSS reduz horário de atendimento ao público e fila de espera deve  aumentar

 *Edição: Marize Muniz