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APP-Sindicato terá jornada de lutas contra política de adoecimento a assédio da Seed

Encontro realizado neste sábado (7) reuniu educadores(s) de todo Paraná, teve homenagem em memória das professoras Silvaneide e Rosane e foi encerrado com protesto em frente à Secretaria da Educação

Publicado: 09 Junho, 2025 - 09h19 | Última modificação: 09 Junho, 2025 - 10h48

Escrito por: APP-Sindicato

Altivista / APP-Sindicato
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Assembleia Estadual Extraordinária da APP-Sindicato, realizada na manhã deste sábado (7), em Curitiba, aprovou um calendário de lutas e mobilizações para combater as políticas impostas pela Secretaria da Educação (Seed) que têm causado o  adoecimento dos(as) educadores(as). O encontro reuniu professores(as) e funcionários(as) de escola de todas as regiões do Paraná e acontece em um momento de forte comoção e indignação da categoria, em decorrência da morte de duas professoras dentro de escolas da rede estadual de ensino nos últimos dias.

Os(as) educadores(as) vão intensificar nos próximos meses o trabalho de denúncia sobre as condições de trabalho e as estratégias para que a obrigatoriedade do uso de plataformas digitais seja revisto pela Seed. Uma das ações será a “Campanha Meu Trabalho Tem Valor, Minha Vida não tem preço: Chega da política de adoecimento e assédio nas escolas”. 

A iniciativa busca o fim da obrigatoriedade das plataformas, dos assédios pelos NREs, embaixadores(as) e tutores(as), das metas e Power BI permanentes, das punições dos atestados médicos, da obrigação de dar presença aos estudantes faltantes, das provas de treinamento, da fraude do Ideb, das aprovações sem conhecimento e das privatizações e terceirizações.

“A nossa tarefa é continuar nos fortalecendo para que possamos enfrentar essa política que já vem sendo denunciada, enfrentada, mas que abre um novo capítulo da nossa luta para que nós possamos ter respeito ao nosso trabalho e condições para trabalhar e não que a gente seja submetido ao chegar nas escolas com metas planilhas pressões que nada impactam no aprendizado dos estudantes é por isso que essa prática nos adoece”, disse a presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto.

Os(as) educadores(as) foram provocados a assumir o desafio de mobilizar toda a categoria em torno da pauta. “Que nós possamos, junto com todos os outros colegas das nossas escolas, abrir essa nova fase de luta, porque nós estamos adoecidos e precisamos sarar. A escola não pode ser um espaço para nos adoecer. Porque nós escolhemos essa profissão e queremos fazê-la porque nós gostamos do que fazemos.  Mas queremos as condições pra fazer e sermos respeitados no nosso trabalho”, afirmou a dirigente.

O Presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, garantiu que a Central novamente estará caminhando lado a lado com a APP-Sindicato. “Não podemos mais admitir este tipo de situação. É algo que está sendo alertado faz tempo pela APP-Sindicato e o Governo do Paraná não toma atitude nenhuma até que estas tragédias aconteçam. É preciso garantir melhores condições de trabalho e o fim de assédio nos aparelhos públicos de educação”, afirmou.

A indignação e a necessidade de enfrentar a política de assédio e sofrimento que a Seed tem imposto aos educadores marcaram as falas dos dirigentes. “Não podemos naturalizar essas mortes, que são fruto do que estamos denunciando há muito tempo. As políticas de pressão, assédio e punição”, disse a secretária executiva de Comunicação da APP, Cláudia Gruber.

“Precisamos nos unir e fortalecer a nossa organização para acabar com com essa prática desumana que valoriza os números e plataformas, que pune o nosso adoecimento e que está levando a nossa categoria a exaustão e a condições extremas de saúde”, completou o Secretário Geral da APP-Sindicato, Celso dos Santos.

A assembleia foi aberta com a apresentação de um vídeo em homenagem às professoras Silvaneide Monteiro Andrade e Rosane Maria Bobato, falecidas enquanto trabalhavam em escolas da rede pública estadual. Os participantes da assembleia reagiram com uma longa salva de palmas às educadoras que se foram.

“Nós abrimos essa assembleia estadual saudando a vida, a luta e resistência. Nós que estamos aqui neste momento de grandes ataques precisamos juntar forças. Precisamos nos ombrear para resistir’” disse a presidenta da APP, Walkiria Mazeto, em sua fala inicial.


O plebiscito popular proposto pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi o tema da intervenção da dirigente da CUT nacional, Janeslei Albuquerque. Ela ressaltou a dificuldade de levar as pautas da classe trabalhadora para toda a sociedade e que o plebiscito é uma oportunidade para contornar esse problema. 

O plebiscito vai tratar de três questões. A redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1, isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e taxação dos “super-ricos”, que ganham acima de R$ 50 mil por mês. “Convoco todos a se engajar nessa mobilização para colocar a sociedade em movimento”, disse a dirigente.

Ato pela educação

Após a conclusão das deliberações, os participantes da assembleia saíram em marcha até a sede da Secretaria da Educação, onde foi realizado um ato de protesto à gestão do governador Ratinho Júnior e do secretário da Educação, Roni Miranda. Com faixas e cartazes, tomaram as ruas denunciando as condições de trabalho dos(as) educadores(as). À frente do movimento, faixas faziam memória das professoras Silvaneide e Rosane.

A assembleia extraordinária aprovou também as regras do processo eleitoral do Sindicato e as reivindicações dos(as) educadores(as), todas visando o fim da política de assédio e adoecimento da Seed. Confira abaixo a íntegra.

Campanha Meu Trabalho Tem Valor, Minha Vida não tem preço: Chega da política de adoecimento e assédio nas escolas 

1- Plataforma Zero: fim da obrigatoriedade das plataformas

2- Fim dos assédios pelos NREs, embaixadores e tutores

3- Fim das metas e Power BI permanentes

4- Fim das punições dos atestados médicos

5- Fim de obrigação de dar presença aos estudantes faltantes

6- Fim das provas de treinamento

7- Fim da fraude do IDEB

8- Fim das aprovações sem conhecimento

9- Fim das privatizações e terceirizações

 

Calendário de Lutas e mobilizações

Permanente

– Não interação nas plataformas e não atribuição de atividades aos(às) estudantes nas mesmas; 

– Não participação em reuniões com tutorias ou embaixadores(as) que tenham como pauta cobranças das metas e resultados; (disponibilizaremos modelo de documento que justifica a não participação);

– Debate nas escolas sobre temas relacionados a plataformização da educação, assédio e adoecimento em decorrência do trabalho; 

– Orientação dos procedimentos a serem adotados em caso de sofrer assédio nas escolas; 

– Defesa de autonomia e responsabilidade pedagógica, negando-se a alterar notas e frequência dos(as) estudantes; 

 

Junho/Julho

– Publicação de orientações sobre assédio institucional, como identificar e os procedimentos que precisam ser adotados (vídeos, lives, cartilha, panfletos e murais); 

– 06/06 – Dia de luto e luta – caminhada após assembleia até a Seed com ato em memória das companheiras que faleceram e denuncia a política de assédio praticada pela Secretaria de Educação. 

– 09/06 – 9h – Audiência Pública na Assembleia Legislativa sobre o tema do Adoecimento dos(as) trabalhadores(as) da educação; participar, divulgar e acompanhar pelas redes; 

– 10/06 – Dia de mobilização do FES pela data-base e condições de trabalho – debate nas escolas. 

– 12/06 – Dia de mobilização pelo Fim do Assédio e da política de adoecimento da Seed – Ato por representação em Frente à Seed, NREs (nos municípios que não tem sede de NRE, organizar os atos nas escolas ou em locais públicos do município). 

– Coletivo de pedagogos(as)

– Conselhos Regionais

– Apresentação na Assembleia Legislativa de PL que altere legislações que preveem obrigatoriedade de cumprimento de metas para as direções de escola. 

– Atuação na Assembleia Legislativa e com deputados(as) nas regionais pela aprovação das emendas apresentadas pela APP ao PLC 6/2025;

– Dias pedagógicos: debate do Edição Pedagógica

– Conferências da Mulher: Usar o espaço das conferências como espaço de denúncia sobre a discriminação sobre uma categoria majoritariamente feminina; Construir uma rede de solidariedade para enfrentamento do projeto do governo;

– Organizar panfletagem com aposentados(as) para a população sobre a condição de saúde e salarial dos(as) trabalhadores(as) da educação; 

– Ocupar as tribunas das câmaras de vereadores(as) para defender condições de trabalho e o direito à vida dos(as) trabalhadores(as) da educação; 

– Produção de peças publicitárias da campanha do direito à vida e contra o assédio e adoecimento;