Categoria bancária encerra conferência com o lema lutar pelos direitos e pelo Brasil
Encontro aconteceu ao longo do último final de semana, em São Paulo
Publicado: 13 Junho, 2022 - 09h29 | Última modificação: 13 Junho, 2022 - 10h17
Escrito por: Contraf-CUT e CUT PR

Representantes da categoria bancária de todo o país aprovaram, neste domingo, 12 de junho, no encerramento da 24ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, o plano de lutas e a minuta de reivindicações que será apresentada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para que se dê início às negociações da Campanha Nacional 2022. A categoria vai lutar por reposição da inflação mais aumento real de 5% nos salários e demais cláusulas econômicas.
“Mais do que recompor a inflação, os bancários, que trabalharam para garantir lucros astronômicos aos bancos, querem ter aumento real em seus salários e a manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho em vigência”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, ao lembrar que o lucro somado dos cinco maiores bancos do país (Caixa, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) alcançou R$ 27,6 bilhões entre o final de março de 2021 e o final de março de 2022, crescimento de 17,5% no período. “Mas, neste contexto de pandemia, as questões relacionadas à saúde do trabalhador também terão destaque nesta campanha”, completou.
Para o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, que é bancário e participou de todos os dias da conferência, os debates cumpriram seu papel. “Pudemos avançar nas pautas econômicas, mas não deixamos de cumprir nossa função: fomos além e reiteramos a nossa responsabilidade de eleger Lula, mas também, governadores, senadoras e senadores, deputadas e deputados que estejam comprometidos com a pauta do projeto democrático e popular, que coloque novamente comida na mesa do povo brasileiro, aliando desenvolvimento econômico e social. Por estes motivos saímos da nossa conferência com o lema "Bora Virar Esse Jogo", apontou.
Anseios da categoria
Os anseios da categoria, tirados a partir de debates nas bases em todo o país e embasados na consulta nacional de prioridades, que contou com mais de 35 mil participações, mostrou necessidade da luta para a construção de um Brasil sem fome, com equidade, emprego digno e salário justo, mais investimentos em saúde e educação, democracia, soberania e que valorize suas empresas estatais e bancos públicos.
“As reivindicações da categoria são importantes, mas a consulta nos mostrou também que bancárias e bancários também estão preocupados com o que acontece no país e querem um Brasil mais justo, com equidade, sem preconceito e discriminação. Um país com emprego, mais investimentos em saúde e educação. Um país que valorize os trabalhadores e que, por isso, acham importante o debate sobre as eleições e a conjuntura sociopolítica e econômica do país”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, que também é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.
Dados da consulta apontam que 84,3% da categoria acha muito importante eleger, nas eleições deste ano, candidatos à Presidência e ao Congresso Nacional, comprometidos com as pautas dos trabalhadores. Outros 12,2% classificam como importante.
Reivindicações aos bancos
O conjunto de cláusulas da minuta de reivindicações para a Campanha Nacional dos Bancários 2022 foi aprovada por 99,1% das delegadas e delegados. Entre os pontos que foram votados separadamente, foi aprovada a reivindicação de aumento real de 5% de nos salários e demais cláusulas econômicas (INPC + 5%) e aumento maior para os vales refeição e alimentação. Outros pontos aprovados são:
- Garantia dos empregos;
- Manutenção da regra da PLR, atualizada pelo índice de reajuste;
- Jornada contratual de 4 dias de trabalho, entre segunda e sexta-feira;
- Fim das metas abusivas;
- Combate ao assédio moral;
- Proteção aos trabalhadores adoecidos;
- Acompanhamento e tratamento de bancários com sequelas da Covid-19.
#BoraVirarEsseJogo