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CECUT-PR: A militância e a comunicação no repasse da informação segura

Cenário pós-eleições continua exigindo mobilização contínua

Publicado: 29 Julho, 2023 - 21h48 | Última modificação: 29 Julho, 2023 - 22h28

Escrito por: CUT-PR

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Nos últimos anos os meios digitais estimularam o protagonismo de pessoas que antes não estavam envolvidas em movimentos sociais ou no debate de temas sobre o cotidiano de toda a sociedade. As informações foram repassadas em uma velocidade quase que inalcançável, sem o pleno entendimento, discernimento ou constatações, tomando verdades ou mentiras como as únicas e absolutas. O fenômeno mudou o comportamento do ser humano e transformou a necessidade de se posicionar quase que obrigatória.

Um exemplo disso foi a questão sobre o entendimento do movimento sindical, no qual a população que tinha o conhecimento sobre as ações e as demandas dos trabalhadores eram destinadas somente aos interessados. Com o advento das redes sociais, os temas relacionados ao mercado de trabalho e aos empregados foram sendo debatidos de maneira, muitas vezes, equivocadas, sem sentido ou aprofundamento. Estes temas foram debatidos durante o 15º CECUT Paraná, realizado ao longo deste final de semana na Associação Banestado, em Praia de Leste. 

“Por meio das redes houve um movimento contra as militâncias progressistas. As pessoas acreditaram que a luta de um tiraria benefícios de outras parcelas da população, algo claramente sem lastro com a realidade. O movimento sindical um dos alvos destes ataques, com muita gente sendo convencida de que o sindicato deve ser combatido pelos próprios trabalhadores”, disse o professor doutor do departamento de comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mario Messagi Junior.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Londrina e região, Laurito Lira, lembrou também do movimento digital que aconteceu nas últimas eleições, com a divulgação de notícias falsas, a utilização de robôs e a inescrupulosidade da disseminação de informações totalmente fora do contexto pelas forças da política de extrema-direita.

No mesmo ritmo os movimentos de esquerda deixaram de fazer a disputa no ambiente digital no cenário pós-eleitoral. “Precisamos recuperar isso. Conseguimos combater essas infomações. Precisamos qualificar um pouco mais as informações, ler mais e avaliar melhor”, ressaltou.

O professor da UFPR, Mário Messagi, ressaltou que o movimento sindical está em um processo de construção de uma base de militância que se organizou contra a extrema-direita e começa a dar sinais de que está evoluindo. O debate saiu da esfera técnica para um ambiente abstrato, encontrando um caminho que seria difícil de entender e provocando um debate sem base profunda.

“Nós não podemos abandonar a vida simbólica, mas temos que lembrar o tempo todo da vida concreta”, reforçou.