Central lança Plataforma das Mulheres da CUT para as Eleições 2018
Evento em Curitiba reuniu candidatas que comprometeram-se com o documento
Publicado: 20 Setembro, 2018 - 15h27
Escrito por: CUT Paraná
A CUT Paraná lançou na manhã desta quinta-feira (20), em sua sede, em Curitiba, a Plataforma das Mulheres da CUT para as Eleições 2018. O evento reuniu representantes dos movimentos feministas e a candidata a vice-governadora, Anaterra Viana. Ela também reiterou o compromisso das candidatas do Partido dos Trabalhadores, tanto para cargos no executivo quanto no legislativo, com as pautas que constam no documento.
Ao todo, são quatro eixos centrais nos quais o documento está estruturado. Igualdade e não discriminação no trabalho; A Violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer; Política de cuidados e de responsabilidades domésticas e familiares compartilhadas; e Direitos sexuais e reprodutivos.
A candidata a vice-governadora, Anaterra Viana, reforçou a importância da pauta feminista nesta eleição e também interligou o Golpe de 2016 com os retrocessos sociais e avanço do conservadorismo. “Não podemos não lembrar o momento que vivemos de Golpe, desde 2014, quando não aceitaram a reeleição da presidenta Dilma. Hoje entendemos que é por conta do nosso programa que já abrangia boa parte das nossas reivindicações de hoje. Nós não conseguimos avançar em outras pautas, que inclusive facilitariam a nossa vida, porque sempre esbarramos na violência. Creio que ela é feita contra nós justamente para que não possamos avançar na pauta feminista que é a pauta socialista. Eles não deixem nem a gente viver quanto mais avançar em nossas pautas políticas”, analisou.
Anaterra também reforçou a importância das mulheres no convencimento do que significaria, na prática, o plano de governo de candidatos conservadores ou de extrema direita. “Nós, enquanto mulheres trabalhadoras do campo progressista, temos uma responsabilidade muito grande. Precisamos conversar com as mulheres que vivem em seu cotidiano todas essas mazelas que estamos reforçando e que não tem o entendimento sobre o golpe e essa conjuntura”, completou.
A plataforma, segundo a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz, também cumpre esse papel. Além de elencar pontos imprescindíveis das mulheres, ela serve como instrumento de diálogo e sua apresentação, em diferentes locais, amplia a visibilidade da luta das mulheres. “Fizemos um excelente lançamento em Francisco Beltrão, agora em Curitiba e também faremos na Vigília Lula Livre. Há também outros lançamentos sendo articulados pelos sindicatos filiados à CUT no interior”, relatou Regina Cruz.
“A plataforma tem cumprido seu papel. Nós observamos, por todos os locais onde passamos, que os temas ligados às políticas de mulheres estão sendo levantados em todos os espaços. Neste sentido, essa construção coletiva das mulheres trabalhadoras da CUT, representada nessa plataforma é um instrumento imprescindível para levar esclarecimento, aprofundar os debates e garantir o compromisso de candidaturas do campo progressista”, avaliou a secretária da mulher trabalhadora da CUT Paraná, Anacélie Azevedo.
A secretária da mulher trabalhadora e dos direitos LGBT da APP-Sindicato, Lirani Franco, elogiou a plataforma da CUT analisou alguns pontos que considera fundamentais. Entre eles o fim do congelamento dos gastos públicos, que é uma das pautas presentes na plataforma das mulheres da CUT. “O documento traz o importante debate sobre a Emenda Constitucional 95. Nós queremos que ela seja revogada porque nessa emenda, essa PEC da morte para nós, congela os gastos públicos que eles colocam como gasto políticas de educação e saúde. Nós consideramos investimentos, não na perspectiva do lucro, mas na construção de pessoas com direitos à políticas públicas de Estado”, garantiu.
A secretária da mulher da Fetec-CUT, Vandira Martins de Oliveira, falou sobre sua preocupação com o crescimento de uma onda antidemocrática e que certamente atingirá as mulheres. A dirigente também lamentou o apoio de uma parcela, mesmo que pequena, das eleitoras votarem no candidato representado pela extrema direita. “Têm mulheres que apoiam o ´coiso´ e essa é uma luta nossa, para derrubar essa questão, desta pessoa fascista e que infelizmente há quem aplauda.. Não podemos mais acertar 13 mortes por dia e com 7 com relação afetiva. Violência no ambiente de trabalho com assédio moral e sexual, além das formas veladas. Precisamos levar formação para mulheres para que não eduquem seus filhos para serem machistas. Nós podemos ter um mundo melhor, com diversos tipos de família e com uma sociedade que deixe todos serem felizes”, argumentou.
A plataforma teve seu primeiro lançamento no Paraná na última terça-feira (18), em Francisco Beltrão, em uma cerimônia que reuniu candidaturas locais, além da candidata ao Senado Federal, Mirian Gonçalves. O material que já foi apresentado em outros estados como Rio de Janeiro, Ceará e Piauí, tem uma agenda de lançamentos em todo o Brasil.
Veja mais imagens do lançamento clicando aqui.