CPI da Covid-19 no Quarta Sindical

O Quarta Sindical desta semana tratou do assunto do momento: a CPI da Covid-19. A comissão iniciou seus trabalhos nesta semana e promete investigar desde a pressão pelo uso de medicamentos sem eficácia comprovada, passando pela ausência de medidas de comunicação para a população, até a política negacionista e o desleixo para compra de vacinas.

Para tratar do tema, o Quarta Sindical recebeu o médico e ex-deputado federal, Florisvaldo Fier, o Doutor Rosinha e o presidente da CUT-RJ e da Confederação dos Trabalhadores em Seguridade Social, Sandro Cezar. Eles avaliaram a condução do Governo Federal na maior crise sanitária do Brasil e também as perspectivas para os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito. 

Com ampla experiência em CPI's, o médico Dr. Rosinha, reforçou a importância da pressão popular para que os parlamentares investiguem a fundo todos os crimes de responsabilidade que envolvem o Governo Federal. “Fiquei no congresso nacional por 16 anos. Participei de várias CPI's, indicado pelo partido. Sabemos que, no linguajar dentro do congresso, que como uma comissão começa, mas não como termina. Depende também da capacidade de articulação do governo, que neste caso, são favores políticos, para segurar a CPI”, analisou. 

Ele também comentou que o Brasil é exemplo em vacinação há anos e que esse é um processo resultante de uma longa construção. O Programa Nacional de Imunização tem mais de 40 anos e sempre demonstrou eficiência. Durante a crise da (Gripe) H1n1 no Governo Lula foram vacinadas 80 milhões de pessoas em três meses. Podemos constituir de 30 a 40 mil pontos de vacinação por dia. Sabemos fazer isso e montar essa estrutura, mas desde que tenha vacina e insumos. Podemos vacinar, dependendo da vacina, como no caso da pólio é que uma gota, 10 milhões de pessoas por dia. Esse plano foi totalmente arrebentado”, lamentou. 

Em contrapartida, o Governo Federal investe na desinformação e trabalha com informações falsas ou que desviam o foco. O presidente da CNTSS e da CUT-RJ, Sandro Cezar, apontou alguns destes discursos. “Falaram que vão disponibilizar estrutura do exército para aplicar vacina, esse não é o problema, nosso problema é não ter vacina”, destacou. Cezar ainda enfatizou um problema que tem sido pouco explorado pela grande mídia, o afastamento do Brasil do BRICS. “Estaríamos na vanguarda da produção mundial de vacinas e não faltaria imunização para ninguém se este governo não tivesse nos afastado dos BRICS. É de lá que vem boa parte da vacina de todo o mundo”, completou.

Cezar ainda apontou que a situação trágica que o Brasil enfrenta neste momento não é fruto do acaso, mas sim uma opção consciente do Governo Bolsonaro. “Há uma opção clara do governo de nos colocar em nossa posição .Bolsonaro é um assassino em massa. Tinha a obrigação de preservar a vida das pessoas e faz o contrário. Estimula medidas contrárias e que são consesuadas no mundo. Quando não havia vacina a única opção era o distanciamento social, isso em todo o mundo. Aqui foi estimulado justamente o contrário”, exemplificou. 

A ausência de campanhas de informações, o negacionismo, o falso tratamento precoce, a fragilidade de determinadas populações em específico durante a pandemia, a recusa na compra de vacinas e diversos outros pontos você confere nesta edição do Quarta Sindical. Confira na íntegra no vídeo abaixo e não esqueça de anotar na sua agenda. Todas as quarta-feiras, às 11h30, o Quarta Sindical será transmitido ao vivo pela CUT Paraná em seu perfil no Facebook, assim como nos perfis do Brasil de Fato Paraná, CUT Brasil e demais entidades parceiras que retransmitem nosso programa semanalmente.