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Desafios no mercado de trabalho e seus efeitos na saúde mental da população LGBTI+

Confira a nota do Coletivo LGBTI+ da CUT Paraná que fala também sobre o período de isolamento e exclusão social.

Publicado: 07 Julho, 2020 - 10h15 | Última modificação: 07 Julho, 2020 - 10h23

Escrito por: Coletivo LGBTI+ da CUT-PR

Leandro Taques / CUT-PR
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O coletivo #VoteLGBT e o Escritório Cultural Box1824, desenvolveram uma pesquisa lançada no mês de julho sobre as dificuldades que a população LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Intersexos e outras Identidades de Gênero e Orientação Sexual) vem enfrentando nesse período pandêmico e as consequências que o desemprego e a falta do acesso à educação de qualidade.

A pesquisa aponta que os três maiores impactos da pandemia na vida dessa população que já estão presentes em suas vidas fora do período pandêmico, porém se agrava ainda mais nesse momento de isolamento e exclusão social.

Piora na saúde mental: “O novo coronavírus é um problema de saúde global, mas ele tem efeitos na saúde que vão além da infecção pelo vírus. A população LGBTI+ sofre com problemas de saúde mental mais que a média nacional. É preciso entender a origem deste problema: as tão faladas doenças mentais, como depressão e ansiedade, manifestam-se mais agressivamente neste universo como consequência do convívio frequente com diversas formas de preconceito.” 54% dos entrevistados alegaram necessitar com urgência de acompanhamento psicológico. E nos grupos de maior idade os a indicação foi de 21% entre aqueles com 45 e 54 anos e 12% com mais de 55 anos, que afirmam que a saúde mental teve uma piora relacionado as preocupações financeiras e o convive familiar que não aceita sua identidade de gênero ou orientação sexual.

Afastamento da rede de apoio: “Dos entrevistados 16,58% está nas novas regras do convívio social, 11,74% está na solidão e 10,94% está no convívio familiar. Esses indivíduos afirmam que tanto o convívio social quanto o familiar são frequentemente fatores prejudiciais à saúde para pessoas LGBTI+. Diversas formas de preconceito ou violência (verbal, moral, psicológica e até física) transformam os ambientes mais comuns da existência humana em cenários de hostilidade. Quando as novas regras de convívio impedem o acesso à redes de apoio e a casa da família de origem não aceita nem acolhe, a solidão se apresenta.”

Falta de fonte de renda: Dos entrevistados 10,62% relatam não ter dinheiro suficiente se manter e 70% apontam a falta de emprego. É valido ressaltar que a maioria dos indivíduos LGBTI+(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Intersexos e outras Identidades de Gênero e Orientação Sexual) não foram incluídos no recebimento do auxilio emergencial ou não conseguiram receber esse dinheiro e os mesmo já enfrentam uma grande dificuldade de conseguir emprego formal.

“O impacto da crise financeira é muito maior entre quem já era mais excluído do mercado de trabalho. Os relatos deixam evidente a associação entre a preocupação sobre como pagar as contas e o aumento da ansiedade e depressão. Como todas as dificuldades enfrentadas por pessoas LGBTI+, elas podem ser maiores ou menores dependendo do quão próximas ou distantes da norma elas estejam. Boa parte dessa população já não tinha acesso ao trabalho formal. Para estas pessoas, a perda de renda foi imediata e impacta diretamente na sua capacidade de sobrevivência e bem-estar.”

Para Clau Lopes, secretário executivo da Secretaria dos Direitos LGBTI+ da APP- Sindicato e Secretário do Coletivo LGBTI+ da CUT PR, é evidente que com a chegada da pandemia no Brasil diversos brasileiras/os perderam seus empregos ou tiveram seus salários reduzidos em 30%. Isso dificulta firmemente o convívio com a família e a própria sobrevivência por não ter condições de pagar contas e até mesmo comprar mantimentos. Situação que causa adoecimento mental e físico levando essas pessoas a pensar em suicídio. Na questão da educação muitos estudantes LGBTI+ moram em favelas e periferias e enfrentam diversas dificuldades para acessar as aulas online ou muitas vezes precisam assumir o cuidado da casa e/os dos irmãos enquanto seus país ou responsáveis ainda estão trabalhando com seus salários reduzidos e com riscos de contaminação eminente pelo COVID-19.

Mais que do nunca neste momento a luta dos movimentos Sindicais Trabalhistas e Educacionais é que todos tenham primeiramente o direito a vida e acesso a educação de qualidade e trabalho formal com salários dignos. De forma prática empática podemos ajudar essa população, dando suporte as pessoas LGBTI+ a acessarem fontes de renda durante e após a pandemia. Comprando produtos de pessoas LGBTI+ fortalecendo o pequeno negócio. Indicando para trabalhos e, para ajudar os estudantes forneça livros, material didático acompanhando – o e dando todo apoio para que não desista dos estudos.

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