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Dia nacional de combate à intolerância religiosa

Grupos fundamentalistas incitam o ódio mesmo que em nenhuma destas religiões se pregue a violência, só precisamos de amor e respeito

Publicado: 20 Janeiro, 2021 - 17h38 | Última modificação: 21 Janeiro, 2021 - 17h29

Escrito por: Sindesc

Roger Cipó
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Por Priscila O'donell

A data de 21 de janeiro é celebrado o Dia Mundial das Religiões e Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa em homenagem à mãe Gilda, do Axé Abassa de Ogum, que sofreu diversas agressões, físicas e verbais provocadas pelo preconceito à sua religião. Dia 21 de janeiro foi o dia de sua morte, o que serve de alerta para o problema da intolerância religiosa, um momento importante para dar visibilidade à luta e respeito a todas as religiões.

A intolerância religiosa acompanha a história da humanidade, houve um tempo em que a religião foi um meio para demarcar o poder político e controle da população, durante o Império Romano, por exemplo, cristãos eram perseguidos e criminalizados, hoje, teoricamente, com a democracia, existe o impeditivo de um vínculo entre religião e Governo, nos tornando assim um Estado laico.

Porém, mesmo sendo um Estado Laico, aqueles que nos governam e deveriam ser exemplos à população, são ruins e perversos, gerando preconceito, intolerância e até mesmo violência contra o que vai diferente da própria opinião ou estilo. A religião serve para ajudar o ser humano no processo de evolução, o respeito e amor são pregados em várias delas, não o ódio como se acredita. O Brasil é um país laico, sendo assim, qualquer cidadão tem o direito de escolher livremente qual religião seguir e manifestar sua crença sem que isso atinja ou interfira na vida do outro, bem como a liberdade de não exercer nenhuma crença também é um direito de todo cidadão.

A lei nº 7.716, de 05 de janeiro de 1989, define que intolerância religiosa é crime. Além de ser crime, é inadmissível, inaceitável que existam humilhações e constrangimentos tanto a religiões de matriz africana, bem como, indígenas, ciganos, cristãos e até mesmo ateus. Uma sociedade saudável não pode permitir sofrimento e a maldade destinada aos homens, mulheres e crianças vítimas de preconceito religioso, precisamos acabar com isso. Não podemos permitir ataques, sejam por gestos, palavras ou atos que discriminem ou gerem ódio e preconceito contra quaisquer religiões, movimentos espiritualistas, tradições, templos ou objetos sagrados da crença de cada um.

O ser humano busca acreditar em alguma força ou existência superior na qual tenta explicar sua existência e mistérios da sua fé, bem como melhores caminhos a seguir para a vida. O preconceito é uma cultura vinda da criação do indivíduo que desencadeia em várias situações inclusive na religião. As de matriz africanas, nos dias e hoje, são as que mais sofrem com a intolerância e também o racismo religioso, pois a sociedade foi condicionada a pensar que tudo que é “negro” é ruim, ou que todo muçulmano é assassino e assim por diante.

A linguagem desde a primeira infância e a forma de educação é que induz ao preconceito, ninguém nasce preconceituoso. É fundamental que as pessoas sejam educadas sobre o respeito à diversidade religiosa. Precisamos informar mais a população, orientar e desenvolver ações de combate a toda e qualquer manifestação de intolerância religiosa ou preconceito. Pessoas mais esclarecidas tornam-se mais respeitosas e tolerantes.