Em audiência pública parlamentares e movimentos sociais pedem a revogação do NEM
Debate aconteceu nesta segunda-feira (17) na Assembleia Legislativa do Paraná
Publicado: 18 Abril, 2023 - 11h38 | Última modificação: 18 Abril, 2023 - 12h44
Escrito por: CUT-PR

Com o plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná lotado foi realizada, na manhã de segunda-feira (17), uma audiência pública para debater o Novo Ensino Médio. Alvo de diversas e contundentes críticas de especialistas, representantes dos professores, estudantes, ministério público e outras entidades pediram a revogação das novas normas para chamado NEM.
“Estamos ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras em educação e também dos estudantes. Somos contra o Novo Ensino Médio e acreditamos que o melhor caminho é a revogação. Uma mudança drástica, que traz prejuízos enormes à comunidade escolar, sobretudo aos alunos e que teve zero discussão com a sociedade quando foi implantado”, declarou o presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller.
“Desde 2016 já estou debatendo a reforma do ensino médio e reafirmo que esse modelo é defasado, pobre intelectualmente e não serve para o Brasil. Então nosso objetivo agora é debater este novo ensino médio e a revogação porque ele não serve para os estudantes brasileiros. Estamos aqui para debater um modelo de educação representativo para professores e estudantes e como o Paraná deve participar disso tudo”, completou a deputada estadual Ana Júlia, uma das preponentes da audiência.
“O objetivo aqui é iniciar um debate sobre o contexto geral do ensino médio, os impactos dessa reforma que está em curso e reunir elementos para modificar. Na subcomissão criada no Senado Federal, nós vamos ouvir todas as entidades da educação, entidades sociais, entidades científicas da academia, as representações estudantis e vamos ouvir também o Ministério da Educação”, completou a senadora Teresa Leitão (PT-PE). Ela também é presidenta da Subcomissão Temporária para Debater e Avaliar o Ensino Médio no Brasil (Ceensino) do Senado Federal.
A presidenta da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas do Paraná (UPES/PR), Mariana Chagas, destacou um “sentimento de revolta, que começaram lá nas ocupações em 2016, quando todas as nossas reivindicações foram negligenciadas. Os estudantes não foram convidados para o debate, nem as entidades representativas nacionais nem ninguém do setor educacional do país. Nossa proposta é para revogação completa desta lei e elaboração de uma nova lei do zero com uma escola verdadeiramente plural”.
O diretor executivo da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Antônio Marcos Rodrigues Gonçalves, reforçou o entendimento de que o novo formato tem como objetivo atender o mercado e não as necessidades da população com uma educação de qualidade. “Entendemos que foi formulado de forma equivocada, nós precisávamos de melhorias no ensino médio, mas essa que está colocada não é melhoria alguma, ela limita a possibilidade de acesso de muitos estudantes do ensino público e aumenta a desigualdade”, acrescentou.