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Embrapa é denunciada por práticas antissindicais

Sinpaf denuncia ataques da gestão Moretti e avisa: “Não vão nos dobrar”

Publicado: 31 Março, 2021 - 10h30 | Última modificação: 31 Março, 2021 - 11h18

Escrito por: CUT Paraná

Sinpaf
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Marcos Vinícius Vidal, presidente do Sinpaf

“Precisamos denunciar essa gestão Moretti em todos os locais por todas as suas atitudes com relação ao Sinpaf. É um absurdo. Não vão nos dobrar”. Assim o presidente do SINPAF, sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras da Embrapa, Marcos Vinícius Vidal, resume a atuação relação da entidade com a estatal. A representação da categoria enfrenta sérios problemas com a gestão de Celso Moretti, que está dando uma aula de práticas antissindicais.

De acordo com Vidal, a primeira ação contra o sindicato, teve início logo após a nova direção assumir a gestão da entidade. Mesmo garantidas pelo Acordo Coletivo de Trabalho, as liberações dos dirigentes começaram a ser questionadas. A Embrapa buscou cobrar, financeiramente, do sindicato valores relacionados a esta liberação.

“Passados mais ou menos um mês após assumirmos, a empresa questionou as nossas liberações sindicais. Não só da diretoria nacional, mas também das seções. Disse que ia cobrar essas liberações. Temos um acordo coletivo e essas liberações são garantidas. Entramos na justiça e conseguimos uma liminar para impedir esta ação”, recorda Vidal, que também preside a seção Paraná do sindicato.

O próximo passo da gestão, então, foi impedir que as seções sindicais do Sinpaf seguissem ocupando espaços da própria Embrapa, mediante pagamento de aluguel. Esta situação é importante pois a maioria das sedes da empresa estão em áreas rurais, o que dificulta a possibilidade de mudanças para outros locais. “Cerca de 90% estão em estradas estaduais ou federais no meio rural. Ou seja, na prática, querem impedir nossa atuação, que o sindicato esteja presente. Mas é importante dizer que pagamos aluguel por isso, não estamos pedindo nada de graça. Já denunciamos ao Ministério Público do Trabalho”, completou. 

A intenção da gestão Celso Moretti fica clara ao negar o diálogo com a categoria. “Pedimos reuniões, requisitamos espaços para dialogar com a diretoria executiva da empresa, mas tudo é dificultado. Há demora para responder solicitações em um papel evidente de dificultar o diálogo com o sindicato. Sempre procuramos estabelecer estas conversas, mas a Embrapa segue com sua postura de não atender o sindicato”, lamenta o dirigente. 

Atualmente o Sinpaf representa seis mil trabalhadores e o sentimento é de que a luta em defesa dos direitos da categoria desagrada a direção da empresa. “Somos uma direção combativa e de luta. Não nos é permitido espaços para que possamos desenvolver nossas atividades. Dos 32 anos de existência do sindicato, faz pelo menos 30 anos que as seções do Sinpaf estão nas sedes da Embrapa pagando aluguel. Agora resolveram adotar, assumidamente, estas práticas antissindicais”, avalia. 

Em nota oficial, publicada em seu site, o sindicato questiona o pedido de saída do sindicato das sedes, mesmo com o pagamento de aluguel, enquanto há outras atividades de terceiros sendo desenvolvidas nos mesmos espaços. “Caberia perguntar à Gestão Moretti, qual a contribuição às ações de P&D que é viabilizada por consultórios odontológicos, salões de beleza, clínicas estéticas, bancas de revista, restaurantes e lanchonetes terceirizados, que permanecem ocupando espaços, por exemplo, na sede da empresa, e que, ao que consta, não foram instados a sair. Também ocupam instalações da Embrapa a Associação de Empregados (AEE), a Casembrapa e a Fundação Eliseu Alves, as quais não receberam pedidos de desocupação”, diz trecho do documento. 

O presidente da entidade, ainda prometeu seguir denunciando a gestão de Celso Moretti e avalia que é necessária a união das representações dos trabalhadores e trabalhadoras. “A CUT Paraná sempre foi parceira em nossas lutas, nesta virada que demos no sindicato, para ser combativo, de luta e a gestão, ao perceber isso, quis dificultar nossa atuação”, relatou.