Entidades dizem não ao retorno das aulas presenciais durante a pandemia
Em plenária do Fórum Popular de Educação, participantes denunciaram as políticas educacionais que aumentam o risco de infecção no ambiente escolar
Publicado: 14 Agosto, 2020 - 08h43 | Última modificação: 14 Agosto, 2020 - 08h46
Escrito por: APP-Sindicato
Na tarde desta quarta-feira (12), o Fórum Estadual Popular de Educação do Paraná (FEPE-PR) organizou uma plenária para debater a situação da educação pública diante da pandemia causada pelo Coronavírus (COVID-19). Entre os(as) participantes estiveram deputados(as), vereadores(as) professores(as) e funcionários(as) de escola, estudantes, entidades ligadas à educação pública e representantes de pais, mães e responsáveis.
Durante o evento, foi pautada a questão do retorno das aulas presenciais e como a desigualdade gera um cenário complexo para qualquer medida que visa as aulas presenciais. Os(as) presentes também enfatizaram a necessidade de uma atenção maior para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a educação do Campo, Quilombola e Indígena.
O Professor Luiz Dourado, Diretor de Relações Institucionais da Associação Nacional de Política e Administração da Educação (ANPAE) e do Fórum Nacional Popular de Educação (FNPE) apontou em sua fala a necessidade de que os Estados e Municípios realizem um estudo para elaborar políticas intersetoriais para saber quais as reais condições para o retorno dos(as) estudantes, além de ter cuidado com a culpabilização de pais, mães e professores(as) em caso de contaminação. “Não podemos pensar em uma escola de ficção, tem que ser uma escola concreta, com as possibilidades de discutir quem teve acesso e como teve esse acesso. Precisamos também de que sejam contratados(as) mais profissionais da educação em função dos cuidados que serão necessários para o retorno”.
Luiz Dourado destaca que os protocolos devem ser aplicados tanto na educação básica, regular e superior pois existe uma complexidade de cenários que precisam ser trabalhados com políticas sérias, pensadas para evitar que famílias sejam contaminadas. “Precisamos de diagnósticos para checar alcance. Se pensarmos o que tem sido feitos em países vizinho, é possível avaliar que o retorno, mesmo em situações controladas, ocasionou um aumento na infecção, forçando os governos a avaliar o retorno com as atividades presenciais”, pontua o Professor.
Após o debate, foi aprovada uma carta para analisar e denunciar ataques neste momento delicado.
Presenças:
Estiverem presentes representantes da APP-Sindicato, Confederação Nacional dos(as) Trabalhadores(as) da Educação (CNTE), da Central Única dos(as) Trabalhadores(as) CUT Brasil e Paraná, da União Paranaense de Estudantes Secundaristas (UPES), representantes do Fórum de EJA e da educação do Campo. Também compareceram os(as) deputados(as) estaduais Professor Lemos e Arilson Chiorato, os(as) deputados(as) federais Gleisi Hoffmann, Zeca Dirceu e Rosa Neide (PT-MT).
Confira a transmissão na íntegra aqui: