Em greve há 3 dias, educadores do Paraná mantém vigília contra fim de suas carreiras
Categoria pressiona deputados para que não aprovem projeto de lei de Ratinho Junior que ataca as carreiras. Votação deve acontecer nesta quarta-feira
Publicado: 15 Dezembro, 2021 - 10h12 | Última modificação: 15 Dezembro, 2021 - 11h43
Escrito por: Gibran Mendes, da CUT-PR | Editado por: Marize Muniz
Em greve desde segunda-feira (13) professores, professoras, funcionários e funcionárias de escolas da rede pública estadual do Paraná mantém uma vigília em frente ao Palácio Iguaçu, sede do poder executivo estadual e também da Assembleia Legislativa contra mais um ataque do governador Ratinho Júnior (PSD) aos direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras da educação com muita luta.
O objetivo da vigília é pressionar os parlamentares pela não aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 12/21, que propõe a alteração das carreiras dos professores e professoras e deixa estagnados os salários de aposentados e funcionários.
Entre outros retrocessos, o PLC prevê a eliminação das diferenças percentuais entre níveis e classes, o que consequentemente, desmonta toda a carreira existente, que foi conquistada pela categoria.
Além disso, o PLC propõe uma redução considerada brutal no adicional noturno dos educadores e o congelamento do auxílio-transporte; e parcela da categoria ficará sem melhorias nos vencimentos, como é o caso dos aposentados e dos funcionários das escolas.
Tramitação da proposta
Na tarde desta terça-feira (14) foi realizada a votação em 1º turno com a aprovação por 40 votos favoráveis e 11 contrários.
Na tarde desta quarta-feira (15) deve ocorrer a votação da proposta em segundo turno.
Hoje é o dia mais importante, diz APP Sindicato
A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), já esperava esse resultado e ressalta que o embate mais importante aconterá na votação em 2º turno e convoca todos os trabalhadores da rede a se unir a vigília para pressionar os parlamentares.
“Não podemos baixar a guarda”, afirma a presidenta da APP-Sindicato, Walkiria Mazeto, ressaltando que “as emendas da base do governo não contemplam a preocupação com o desmonte do plano de carreira”.
"As mentiras do governador continuam em torno desse projeto cheio de 'jabutis'”, alerta o secretário de comunicação da CUT Paraná e presidente do Núcleo Sindical Metronorte da APP-Sindicato, Vandré Silva.
“Além disso”, prossegue o dirigente, “Ratinho Jr. utiliza o dinheiro público para a grande imprensa veicular suas mentiras. Deputados perderam a vergonha e mentem descaradamente”.
“A educação continua resistindo aos ataques desse governo. A história será implacável com a mentira e a verdade prevalecerá", conclui o dirigente.
A oposição apresentou 10 emendas ao projeto. Elas foram construídas em parceria com a APP-Sindicato. Entre elas estão a a manutenção da tabela atual dos professores e professoras e a revogação das alterações no adicional noturno tanto dos educadores quanto dos funcionários e funcionárias das escolas.
Mobilização continua
Desde segunda-feira, quando teve início a greve, a categoria montou uma vigília em frente ao Palácio Iguaçu, na Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico, onde permanece.
A partir do local foram organizdas marchas e atos que mantém professores e funcionários de escola em constante mobilização. Esta é a sexta paralisação da APP-Sindicato contra os ataques de Ratinho Júnior contra o serviço público, uma média de duas por ano de gestão.
Confira como votou cada deputado na primeira votação